terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Partir Corajosamente - Sementes

"A criação de milhares de florestas depende de uma semente."  Ralph Waldo Emerson

"Fé é acreditar naquilo que você não vê; a recompensa dessa fé é ver aquilo que acredita." Agostinho

NA INFÂNCIA, meu esconderijo ficava no alto de uma árvore plantada no jardim em frente à nossa casa.
Alguns dos maiores carvalhos da região onde moro foram plantados por colonizadores há mais de cem anos. Parece que eles queriam criar uma área arborizada onde seus descendentes pudessem morar ou cortar madeira para produzir sólidas casa à prova de tempestades. Considerando que a maioria deles nunca viu essas árvores alcançar a maturidade, a preocupação dos colonizadores com aqueles que os sucederiam é impressionante.
Quando penso no significado de tomar decisões como se tivéssemos um mês de vida, a pergunta permanece: é possível viver de modo que nosso impacto seja sentido para sempre? Não só acredito que seja possível, mas creio que é o tipo de vida para o qual fomos criados. O salmista revela como viver uma vida que se estenda além de nós: “Uma geração contará à outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos” (SL 145:4). Com isso em mente, analisemos o “que”, “onde” e “por que” plantar poderosos carvalhos para eternidade.

Vale a pena refletir
O que representa um legado duradouro para você? A casa da família? O anel de sua avó? A reputação de sua família? Sua montanha favorita? O mar? Outra coisa?

JARDINAGEM ESPIRITUAL
Embora todos nós tenhamos recebido dons e oportunidades incríveis, o tipo de semente que plantamos – e onde as colocamos – faz enorme diferença no produto a ser colhido. Em suma, tudo depende do poder da semente.
Jesus conta a parábola do semeador: “O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, por que não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas. Outra ainda caiu em boa terra, deu boa colheita, a cem, sessenta e trinta por um” (Mateus 13:3-8).
Em seu nível mais básico, essa é uma parábola sobre a fé, pois o semeador tinha fé na semente, em seu potencial de produzir. Em essência, ele planta uma semente de fé. Se desejamos ter uma vida que perdure além de nós, devemos sempre plantar sementes de fé.
A cada dia, a cada momento, em todos os atos, plantamos alguma coisa. Resta a pergunta: O que exatamente você está plantando?
Qual o efeito cumulativo de suas palavras, ações e intenções sobre aqueles que o cercam e os que virão? Que colheita eles farão do que você planta todo dia? Olhando de fora, talvez seja difícil discernir entre semente e pedrisco. Mas é claro que, olhando de dentro, os dois são completamente diferentes. Há vida na semente; não há nada a não ser pedra dentro do pedrisco. A semente tem potencial dentro de si: ela produz vida. Infelizmente, alguns de nós gastam tempo plantando pedras – sem potencial, sem vida sem fruto.
Quando as pessoas olham para sua vida do lado de fora, podem impressionar-se com as “grandes coisas” que você planta: uma conta corrente robusta, uma reputação importante. Pela aparência, você é um semeador bem sucedido, mas que fruto essas “grande coisas” gerarão? Não importa quão significativo seja seu portfólio ou quão ambiciosos sejam seus planos. Se acumular coisas e tentar impressionar as pessoas é tudo o que você faz, sua influência terminará no momento em que morrer. O tamanho da pedra não importa. Seja um cisco, seja uma montanha, se você enterrá-la, nunca será vista de novo. O impacto é zero.
O teste fundamental para determinar se você está plantando sementes verdadeiras ou apenas pedras surge com sua motivação. Estou plantando uma semente para satisfazer minhas próprias necessidades ou as dos outros? Em João 12:24, Jesus Explica: “Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto”. A semente precisa ser lançada ao solo e, no silêncio, morrer. Sozinha ali, ela se abre para produzir vida. Do mesmo modo, precisamos morrer para nós mesmos – para nossos desejos, objetivos e sonhos egoístas – e assim plantar a semente altruísta. As pessoas foram criadas à imagem de Deus como seres espirituais que viverão pela eternidade, com ele ou longe dele. Se investirmos nas pessoas, nosso legado se transformará num enorme carvalho, produzindo vida às gerações futuras.

Vale a pena refletir
O que você fez na semana passada que durará pelo resto deste ano? Por dez anos? Para a eternidade? Quanto tempo você passou nesta semana lendo a palavra de Deus em comparação com o tempo gasto na leitura do jornal ou diante da televisão?

AMOSTRAS DE SOLO
A maioria dos fazendeiros diz que onde se planta é quase tão importante quanto o que se planta. Uma semente tem potencial, mas, se for plantada em solo ruim, não vingará. Os solos da parábola de Jesus representam diferentes tipos de vida. O primeiro ilustra a vida insensível. Jesus a descreve: “Quando alguém ouve a mensagem do Reino e não entende, o Maligno vem e lhe arranca o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho”(Mt 13:19). Esse é o retrato dos que não tem interesse algum nas coisas espirituais. Vivem simplesmente para si mesmos, plantando sementes de egoísmo. Seu impacto será semelhante ao de uma pegada na praia – pode ser vista hoje, mas desaparecerá amanhã.
O próximo tipo de solo representa a vida confortável. Ilustra pessoas que se comprometem a seguir Jesus, mas não se aprofundam no relacionamento com ele. Quando surgem os problemas e as dificuldades, elas desistem. “Quanto ao que foi semeado em terreno pedregoso, este é aquele que ouve a palavra e logo recebe com alegria. Todavia, visto que não tem raiz em si mesmo, permanece pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandona” (Mt 13:20-21). Essas pessoas acham que, se abraçarem a fé cristã, sua vida será um mar de rosas. Mas a vida cristã não tem nada a ver com conforto; tem a ver com caráter. Deus desenvolve nosso caráter quando nos dispomos a plantar sementes de fé, o que nos conduz ao limite e nos faz sentir desconfortáveis. De fato, “sem fé é impossível agradar a Deus” (HB 11:6). Deus nunca prometeu uma vida abundante, alegre e livre de temores se buscarmos dia-a-dia Nele a satisfação de nossas necessidades. Quando confiamos Nele, a vida se torna uma ousada aventura na qual damos um passo de fé e somos vivificados. Ele é o grande Deus que quer fazer coisas maravilhosa em nossa vida. Outra semente da parábola, contudo, caiu num tipo de solo que representa a vida sobrecarregada, o que provavelmente descreve a maioria de nós. Essa semente começa a crescer, mas os espinhos e as ervas daninhas crescem junto e a jovem planta é sufocada. “Quanto ao que foi semeado entre os espinhos, este é aquele que ouve a palavra, mas a preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera” (Mt 13:22). Esse é o retrato das pessoas que começam a seguir a Deus, mas cercam-se de coisas que não são duradouras e não podem produzir vida. Seus dias são tomados de diversos itens – muitos até bons – que competem com o que sabem ser verdadeiro. Logo o excesso de ocupação sufoca o relacionamento, quanto mais tempo você passa com Deus, melhor o conhece.
O último tipo de solo é o terceiro rico e fértil da vida plena: “E, finalmente, o que foi semeado em boa terra: este é aquele que ouve a palavra e a entende, e dá uma colheita de cem, sessenta e trinta por um” (Mt 13:23). Esse é o retrato das pessoas que recebem a verdade de Deus, plantam-na profundamente na vida e causam um impacto sentido por várias gerações. É isso o que Deus quer fazer em sua vida, mas você não deve perder de vista sua motivação fundamental: Por que está plantando? Qual é seu propósito ou objetivo na vida? “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colhera” (Gl 6:7).
Se você Plantar coisas temporárias, colherá coisas temporárias. Se plantar sementes eternas, colherá frutos eternos. Se plantar generosidade, é isso que colherá. De acordo com a lei da colheita, colhemos o que plantamos, mas também colhemos mais que plantamos. Se eu plantar uma semente, não recebo apenas uma semente ou uma maçã como retribuição, mas uma árvore cheia de maçãs, por várias temporadas. Um barril de bênçãos vem de uma pequena semente de fé.
Disponha-se a plantar sementes eternas em lugares férteis. Você terá uma enorme safra de bençãos quando se concentrar em conhecer a palavra de Deus e se dedicar a amar os outros de maneira altruísta. Como a presença envolvente de um poderoso carvalho, você abrigara as futuras gerações com o poder de seu legado atemporal.

PARA A VIDA TODA
1. Quanto tempo você passa lendo, estudando e desfrutando a palavra de Deus? Quantas horas por semana gostaria de passar diante da palavra? Encontre um horário em sua agenda nos próximos dias e passe-o diante da Bíblia, sabendo que essa semente produzirá frutos mesmo depois que sua vida acabar aqui.

2. Faça uma lista de compromissos, responsabilidades e obrigações importantes, mas que não duram eternamente. Pense em como eliminar esses compromissos de sua agenda, se não permanentemente, pelo menos por um período.

3. Os valores são mais importantes que os bens. Faça uma lista dos valores que você espera deixar e das pessoas que deseja como herdeiros.

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