Gerhardt Tersteegen
Como se pode virar borboleta? ... é preciso ter uma vontade tão grande de voar a ponto de desistir de ser lagarta. Trina Paulus
As pessoas que descobrem que seu tempo é limitado muitas vezes fazem mudanças radicais no estilo de vida. Se tivesse apenas um mês para viver, você provavelmente diminuiria o ritmo e enxergaria de modo diferente cada um dos dias que lhe restam.
Existe em nós o desejo de diminuir o ritmo e mudar a maneira como vemos a vida. Você sente a urgência de extrair o máximo da vida, mas é muito comum distrair-se com o excesso de ocupação ou concentrar-se em coisas que não satisfazem seus mais profundos desejos.
No século XXI ganhamos mais dinheiro e desfrutamos mais facilidades que nossos antepassados; contudo, nós não somos mais felizes que eles. Achamos que as férias nos permitirão uma diminuição do ritmo, mas quando chegamos ao destino descobrirmos que esquecemos como relaxar. Temos dificuldade de passar tempo sozinhos. Não sabemos como nos conectar a nós mesmos, quanto mais àqueles a quem amamos.
Problemas de mobilidade
Nossa agenda gira num ritmo tão acelerado que começamos a ter problemas de mobilidade espiritual, um dos principais sintomas de doença crônica da alma. Qual é a primeira coisa que fazemos quando temos problemas de mobilidade da alma? Andamos ainda mais rápido. Mudamos para o próximo grande sonho, em busca de satisfação. Talvez uma nova casa, um carro novo, um cônjuge novo, um relacionamento novo. Pode ser o mais novo e sofisticado aparelho de alta tecnologia, a próxima viagem a um local desconhecido e exótico, o próximo bilhete de loteria.
O único lugar onde é possível sanar a inquietação da alma é dentro de nós. O segredo para uma maturidade cheia de fé é ser mudado de dentro para fora, é passar por uma metamorfose da alma.
É muito comum esperarmos que alguém ou algo externo nos transforme. Culpamos o cônjuge por não nos satisfazer em termos emocionais, nossa igreja ou nosso pastor por não nos satisfazer espiritualmente, nosso trabalho por não satisfazer nossos propósitos. Aonde quer que vá, seu eu descontente irá com você.
Lemos em Salmo 46.10 “aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. Se nos aquietarmos diante de Deus, seremos transformados.
Vale a pena refletir
Quando foi a última vez em que você ficou parado, em tranqüilidade? Quando foi a última vez em que desligou a televisão e permaneceu quieto por trinta minutos?
Controle da missão
Com o avanço da tecnologia e da sociedade, temos uma falsa sensação de segurança, de que podemos controlar tudo. A maneira mais rápida de sufocar a alma é tentar controlar tudo. Quando eliminamos todas as distrações e nos colocamos diante dele, o Senhor começa a restaurar nossa alma.
Em Isaías 30.15 está escrito:
O SENHOR, o Santo Deus de Israel, diz ao seu povo: “Se voltarem para mim e ficarem calmos, vocês serão salvos; fiquem tranqüilos e confiem em mim, e eu lhes darei a vitória. Mas vocês não quiseram fazer o que eu disse.
Se pararmos de tentar resolver todos os problemas e de controlar tudo, a quietude preencherá nossa alma com vigor.
Compulsão pela comparação
Outra doença da alma surge quando nos sentimos compelidos a fazer comparações com as pessoas a nossa volta para saber quem somos e qual é o nosso valor. Nós nos medimos para ver como estamos, muitas vezes usamos símbolos de status e de meras aparências em nossa avaliação. Quando usamos símbolos de status para determinar nosso valor e nossa identidade em relação aos outros, nossa alma seca. Você está tentando mudar de fora para dentro, pensando que se sentira melhor por dentro se mudar as coisas visíveis do lado de fora.
Na vida a transparência transforma. Quando somos transparentes com Deus e com os outros, quando somos aquilo que Deus queria que fôssemos, em vez de tentar fingir que somos outra pessoa, nossa beleza singular e individual aparece.
Deus diz que precisamos de uma metamorfose, não de uma máscara. A mudança real se inicia do lado de dentro; depois o exterior muda naturalmente, ao refletir o que há no interior.
O serviço é o antídoto para vencer a comparação. Não apenas servir a qualquer pessoa, mas àqueles que não podem dar nada em troca. Não se trata mais de comparação, mas de compaixão.
Vale a pena refletir
Neste exato momento quem você está servindo que não pode oferecer-ler nada em troca?
O que o impede de doar-se as pessoas?
O que o impede de doar-se as pessoas?
Crise de confronto
Em geral nosso objetivo na vida é nos sentirmos confortáveis. Contudo, quando nosso anseio por conforto afeta a busca de Deus, ficamos estagnados, aborrecidos e deprimidos.
A inquietude de nossa alma continuará a crescer se insistirmos em evitar os problemas. “Alegrem-se na esperança, sejam paciente na tribulação, perseverem na oração” (Romanos 12.12). Ninguém está imune a tragédias nem livre de problemas. A chave é lembrar que no centro de tudo problema existe um propósito, uma revelação de Deus agindo em nossa vida. nossa força cresce à medida que nos apoiamos no Senhor durante as lutas.
Deus permite a provação em nossa vida porque o único antídoto para o vírus da zona de conforto é o sofrimento. Você não precisa sair por aí procurando por ele; o sofrimento chegará até você. Todos nós experimentamos feridas profundas à medida que deparamos com a tragédia, a perda e a dor. A chave e reconhecer que não foi Deus quem causou o problema, mas que o permite com o objetivo de fortalecer nossas asas para que possamos vicejar e alcançar nosso pleno potencial.
A graça é o poder de mudar – não aquilo que podemos fazer por nós mesmos, mas aquilo que Deus faz por nós e por nosso intermédio. A boa notícia é que você pode começar hoje mesmo a aliviar os sintomas de desconforto da sua alma e descansar no bálsamo curador da graça de Deus.
Para a vida toda
1. Planeje sua semana de modo que possa pelo menos uma hora sozinho, sem interrupções.
2. Nos últimos tempos, como você tentou mudar ou alterar a aparência ou as circunstâncias externas?
Até amanhã com a graça de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário