sábado, 29 de outubro de 2016

O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO CRENTE

As relações do Espírito Santo com o cristão devem ser descritas na categoria existencial. Quando falo em categoria existencial estou me referindo a coisas experienciais, que se provam verdadeiras a partir de relações interiores e místicas com o Espírito.
Neste particular dois extremos podem ser hoje observados: o teólogo-doutrinário, que diz que tudo que os cristãos têm que ter do Espírito é conhecimento teológico; e o pentecostal e neopentecostal, que dão ênfase unicamente à condição existencial, experiencial da relação com o Espírito. As Escrituras nos apresentam a validade dos dois aspectos apenas se eles estão juntos. Separados, são deformantes e redutores do projeto da Bíblia, quanto a ensinar qual deva ser a legítima relação do cristão com o Espírito. Dessa forma, na Bíblia, esses dois aspectos se fundem equilibradamente. Tenho que ter conhecimento teológico de quem é o Espírito Santo; entretanto esse conhecimento tem que ser experiencial ─ precisa produzir realidades existenciais, mudanças em minha vida.

1. O Espírito Santo é quem nos regenera, nos transforma numa nova criação de Deus, nos faz nascer de novo (Tt. 3:5 e Jo. 3:5). Sem a obra do Espírito, não há nada novo no coração humano. Somente o Espírito gera uma nova criatura. A moral social faz surgir um moralista. Os compromissos cívicos fazem aparecer um cidadão responsável. A política faz desabrochar um homem crítico e esperto. A religião faz nascer um filantropo. O amor pela família torna o ser humano menos egoísta. Mas nenhuma destas coisas faz nascer o novo homem, segundo a imagem de Deus. “Quem é nascido da carne”, disse o Senhor Jesus. Somente o “lavar renovador e regenerador do Espírito Santo” pode fazer aparecer o ser humano cidadão do reino de Deus. Qualquer outra perspectiva de fazer o Novo Homem sem um encontro radical, essencial, revolucionário e dramático com o Espírito é totalmente utópica e fadada ao fracasso. Neste século tivemos um tremendo exemplo disso ─ a derrota do comunismo no seu intento autônomo de resolver o problema da natureza humana de fora para dentro, apenas com pão e justiça social. O fracasso foi tão retumbante que dispensa maiores comentários. Ainda neste mesmo filão de raciocínio, devo afirmar que a própria igreja-instituição tem sido outro exemplo desse desastre humano quanto a produzir o novo homem sem o Espírito. A trágica história do Ocidente está intrinsecamente ligada à história da Igreja. A Europa, os Estados Unidos e a América Latina foram teoricamente continentes cristãos. Mas esse cristianismo não impediu tais sociedades de se imortalizarem pelas maiores atrocidades já cometidas na história humana. Sem o Espírito, não há o novo homem segundo Deus, mesmo que haja abundância de cristianismo.

2. O Espírito Santo é nossa garantia de salvação. Paulo diz em Efésios 1:13 e 14 que Deus colocou o Espírito no coração como “penhor da nossa herança até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. O que é penhor? Penhor é algo que se deixa como garantia de que se vai voltar para efetuar o pagamento; de que se vai retornar para cumprir uma promessa. Veio o Senhor e deixou o Espírito como penhor, como garantia absoluta da nossa salvação, como prova de que não só estamos salvos como também ele voltará um dia, ressuscitará nosso corpo mortal e o tomará como propriedade exclusiva sua, para louvor eterno de sua glória.

3. O Espírito Santo é nossa garantia de comunhão com Deus. Em I João 3:24 está dito: “E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em nós, pelo Espírito que nos deu”. Eu permaneço em Deus, Deus permanece em mim. Sei que ele permanece em mim pelo Espírito que me deu. No cap. 4, v. 13 de I João está escrito: “Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele em nós, em que nos deu do seu Espírito”.
Ninguém tem que conflitar-se a esse respeito. Não se angustie com questões do tipo: “Não sei se ainda tenho comunhão com Deus... Se a perdi...” “Deus está aí, em e com você, morando em seu coração! Você tem o Espírito em você. Acredite nisto! Se você tem o Espírito e tem comunhão com ele, e ele com você, ele permanece em você, e você permanece nele. Aproprie-se disto, pela fé.

4. O Espírito Santo é nossa consolação. Em João 14:16, Jesus prometeu enviar “outro Controlador”. Este “outro” estabelece uma equivalência comparativa. Os discípulos de vez em quando se sentiam desanimados, tristes, alquebrados: “Deixamos tudo para te seguir ─ a casa, a família, a pesca, tudo. Que vamos fazer agora?” Jesus vem e os conforta: “Ouçam, vocês vão ter aqui cem vezes mais. Quanto ao que está por vir, nem dá para falar”. Então, eles retrucam: “Somos os párias do mundo! O que vai ser de nós?” Jesus responde: “Você vão reinar, vão governar no reino de Deus”. Agora Jesus está prestes a partir, e eles estão murchos, deprimidos... Jesus lhes diz: “Pensem na mulher; quando ela está para dar luz ela fica abatida, sente dores! O que vocês estão sentido agora são as dores do parto da salvação. Eu vou sentir as agonias. Mas vocês estão vivendo à sombra desta hora de agonia. A vida, no entanto, não é só parto. A cruz não ficará erguida para sempre. Eu vou ressuscitar. Vocês então vão ficar alegres como a mulher quando ao ter o filho, toma-o nos braços, chorando, e diz: „Graças a Deus! Meu neném!‟ A ressurreição vai fazer isso. E mais ainda: Vou mandar-lhes um outro Controlador”. Pode-se observar que não obstante Jesus tenha ido para o céu, o livro de Atos não nos passa nenhuma impressão de nostalgia ou sentimentalismo. Pedro não se queixa: “Há, que saudade do Senhor! Estou triste; tudo tão vazio! Estou a ponto de ser consumido de angústia!” Isso não aconteceu porque o Senhor derramou o seu Espírito, um outro Consolador. Ele subiu ao céu, mas a Igreja ficou retumbante como nunca, alegre, poderosa, transbordante do Espírito Santo. Ela tem a presença do Consolador, presença animadora do Senhor, do próprio Jesus.

5. O Espírito Santo é quem dá acesso ao Pai em orações mediante Jesus (Ef. 2:18). Ou seja, por intermédio de Jesus nós nos aproximamos de Deus, “temos acesso ao Pai em um Espírito”. Jesus também disse “que Deus é espírito e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. Na minha maneira de entender, Jesus estava dizendo a mesma coisa que Paulo posteriormente disse, conforme o texto de Efésios transcrito acima. Não apenas temos que adorar a Deus em espírito, mas também adorá-lo no Espírito. Em outras palavras: não há qualquer possibilidade de relação da alma humana com Deus a não ser no Espírito Santo. Quando Jesus disse que a adoração seria em espírito (espírito com “e” minúsculo), ele estava afirmando a adoração como tendo que ser livre de quaisquer materialismos condicionantes do sagrado a tempo e espaço (“nem neste monte nem em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”). No entanto ele não estava ensinando o culto a Deus como uma possibilidade fenomenológica inerente ao espírito humano no seu estado de queda. O homem é capaz de ânsias pelo sagrado mesmo enquanto caído e alienado; no entanto não está apto de fato a cultuar a Deus, a menos que tal culto se dê no Espírito Santo.

6. Ele é nosso intercessor espiritual. Devemos aqui fazer uma diferença entre intercessor existencial e judicial. A Bíblia diz, em I João 2:1 e 2, que Jesus é nosso parácleto, nosso advogado, nosso intercessor judicial: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”. Mas em Romanos 8:26, o Espírito Santo é colocado como o nosso intercessor existencial. Jesus intercede pelo que fiz de errado. Ele tira, elimina a culpa. Mas o Espírito Santo intercede existencialmente, tentando me livrar de cair no erro, de ser dominado pela fraqueza. Isto é o que diz Romanos 8:26.

7. O Espírito é nosso vínculo vital com Jesus. É impossível alguém afirmar que é de Jesus se não tem o Espírito Santo ─ conforme a teologia de Atos 19. Nesse texto vemos que os discípulos encontrados em Éfeso se diziam discípulos, tinham cara de discípulos, sabiam alguma coisa de Jesus, e não obstante todas as realidades aparentes, ignoravam que o Espírito Santo existia. A Bíblia diz em Romanos 8:9 que “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. Quem é de Jesus tem o Espírito do Senhor.

8. O Espírito Santo é quem transforma nosso corpo ─ enrugado, cansado, estressado, gasto, exausto ─ em santuário de Deus. I Coríntios 6:19 diz que nós somos templos vivos, onde Deus habita. E nossos sentimentos, atitudes, motivações e pensamentos são a liturgia viva desse culto que tem que ser prestado a ele.

9. O Espírito é nossa fonte de sabedoria na tribulação. Mateus 10:20, Marcos 13:14 e Lucas 12:11 e 12 são textos sinóticos, onde Jesus fala aos discípulos que na hora do aperto, da tribulação, da angústia, da opressão, dos tribunais, dos questionamentos; quando estivessem confrontados com homens maus e situações adversas, o Espírito lhes daria sabedoria, conforme deu a Estevão ─ de forma tão tremenda, profunda e poderosa que ninguém lhe poderia resistir.

10. O Espírito Santo é nossa fonte de vida existencial. Em João 7:37-39, Jesus, no grande dia da Festa dos Tabernáculos, em Jerusalém, disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. E João interpreta assim suas palavras: “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”. Com isso Jesus declarando que a vida cristã tem que ter uma fonte existencial cotidiana e sobrenatural. A intenção de Jesus era que o Espírito nos livrasse da angústia de uma vida seca e sem propósito. Ele nos propiciaria a novidade de uma fonte que não se esgota.

11. O Espírito é quem contemporaneamente julga os cristãos. Atos 5:1 em diante, narra o fato de que o Espírito exerceu juízo sobre Ananias e Safira, que haviam mentido, enganado, usado de hipocrisia. Deus julga hoje, em plena “época” da Graça. Existe uma outra ideia da Graça, segundo a qual o Deus que ama não julga. Mas de acordo com I Coríntios 11:32 ele nos julga para que não sejamos condenados com o mundo. Julga na Ceia, julga pelo Espírito, julga pela Palavra; julga a nossa vida pelas expressões de dor e perplexidade que nos acometem.

12. O Espírito Santo quem nos santifica. II Tessalonicenses 2:13 afirma que nós fomos escolhidos “para a salvação, pela santificação do Espírito”. Em I Coríntios 6:11 também está claro o fato de que o Espírito nos santifica, mas não apenas metafisicamente. Paulo, no contexto antecedente, diz que os impuros, beberrões, adúlteros, injustos, maldizentes, ladrões, não herdarão o reino dos céus. A seguir declara: “Tais fostes alguns de vós”. A Igreja de Corinto era uma grande casa de recuperação, um hospital, uma comunidade terapêutica: “Tais fostes alguns de vós”. Em outras palavras, isto é o que Paulo diz: “Viestes para cá beberrões, prostitutas, lésbicas, sodomitas, homossexuais, mas fostes feitos de fato santos. Se não, veja o texto: “Tais fostes alguns de vós, mas vós vos lavastes; mas fostes santificados (...) no Espírito”. Tal significação podia realmente ser vista na vida deles através de mudanças práticas e perceptíveis.

13. É o Espírito quem fortalece o nosso íntimo (Ef. 3:16). Ele fortifica o nosso homem interior com “dynamis”, com poder maravilhoso, para não sermos como aquelas horríveis hienas: “Ó mês, ó dia, ó ano, ó azar!...” Quando lemos o livro de C.S. Lewis, “Cadeira de Prata”, conhecemos um sapo chamado Paulama, que murmura: “Ó dia” Não vai dar certo! Dia de sol é prenúncio de dia de chuva...” Mas o que acontece para quem tem Jesus no coração é algo maravilhoso: vem o Espírito e fortalece o coração com poder; o homem interior com “dynamis”, com explosão, com força miraculosa.

14. É o Espírito que nos inunda de amor na tribulação, nas situações amargas e difíceis. Romanos 5 contém a conhecida sequência que fala da tribulação que produz perseverança; a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Após o que o Espírito de Deus se derrama no coração. Há uma especial inundação do Espírito no coração do cristão que persevera esperançoso em Deus.

15. O Espírito é o Espírito da alegria. Essa alegria não é simples resultado de música alegre, animada ─ uma espécie de festival evangélico. Pode até ser; de vez em quando isso é bom. Mas alegria espiritual não é brincadeira; é fruto do Espírito do Senhor em nossa alma. O Reino de Deus não é comida nem bebida. Não é através disso que sou feliz. Não é pelo fato de me fartar de delícias que me encho de contentamento. Paulo afirma que o Reino de Deus não é nada disso; pelo contrário, “é paz, justiça e alegria no Espírito Santo”. Em I Tessalonicenses 1:16 Paulo dia que a Igreja de Tessalônica, mesmo em meio à tribulação, “transbordava de alegria no Espírito Santo”.

16. É o Espírito que nos concede a mente de Cristo. O Espírito conhece as profundezas de Deus. Só ele sabe realmente o que Deus pensa. E é ele quem compartilha conosco o pensar de Deus. Dessa maneira podemos alcançar o milagre de termos a “mente de Cristo” (I Co. 2:14,15). A harmonização da nossa mente com a mente de Cristo é, portanto, obra do Espírito, mediante sua capacidade de imprimir as mais fortes impressões do caráter e da vontade de Deus em nossa mente. Tal trabalho não nos dispensa a relação com a Palavra de Deus na nossa conformação mental a seus padrões. Todavia, requer-se de nós mais que leitura e estudo da Palavra. É necessário que se mantenha essa relação com ela enquanto se assume singeleza intelectual. Através de tal singeleza nossa mente se oferece ao Espírito de Deus a fim de que ele nos “imprima” a Palavra de Deus no coração. Essa atitude nos assegura uma relação com a revelação dos referenciais básicos da mente de Deus (a Palavra), enquanto se tem também percepção da mente de Cristo em relação aos aspectos particulares da nossa vida (pela aplicação que o Espírito faz da Palavra). Ou seja: a Bíblia nos oferece a certeza de como é o caráter de Deus. Mas é mediante uma profunda relação com o Espírito que somos capacitados a discernir quais são os aspectos da mente de Cristo que têm relação com nossa vida individual. Tal discernimento é a especificação da vontade de Deus com respeito a nós, e que se dá dentro dos referenciais do caráter de Deus, conforme definidos de maneira inequívoca na Escritura.

17. É o Espírito quem nos proporciona a vida e paz. Romanos 8:6 diz que “o pendor da carne dá para a morte, mas o pendor do Espírito dá para vida e paz”. Isso porque ele nos capacita também a viver em obediência à vontade de Deus, ainda que libertos da lei. Romanos 8:4 diz que agora estamos aptos, capacitados pelo Espírito a cumprir a lei do Espírito e da vida, porém isentos da lei moral. Isso parece contraditório, mas não é. De fato, Cristo nos libertou da lei moral a fim de que vivamos a vontade de Deus. A lei moral é impraticável porque determina que a relação do indivíduo com ela tem que ser obediência objetiva absoluta. Caso contrário se está morto. No entanto, a fé cristã nos apresenta nossa relação com Deus como sendo livre da moral, a fim de que sejamos escravos do seu amor. Para muitos, isso pode parecer a mesma coisa, mas não é. No primeiro caso (da lei moral), o indivíduo é pressionado à obediência de fora para dentro. São preceitos externos que se tornam nos referenciais da vida dele. Já no segundo caso (escravidão ao amor de Deus), nossa obediência é resultado de um constrangimento de amor não culposo que é derramado pelo Espírito da graça no nosso coração. A lei gera uma obediência assustada e culposa. O Espírito da graça dá origem a uma obediência livre, santa, nascida no interior do ser. É o que diz Gálatas 5:23 quando afirma que quem ainda no Espírito manifesta o fruto do Espírito, que é “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, mansidão e domínio próprio”. No final desta afirmação Paulo diz: “Ora, contra estas coisas não há Lei”. Não há lei porque o amor cumpre toda a lei, daí resultando que aquele que a cumpre não se sente cumprindo. Ele apenas experimenta a sensação de estar vivendo em obediência ao amor de Deus. Tudo isso é obra do Espírito no nosso coração: “Andai no Espírito, e jamais satisfareis as concupiscências da carne” (Gl. 5:16).

18. É o Espírito quem dá testemunho da nossa filiação a Deus. E para que se alcance esse objetivo não é preciso haver qualquer forma de condicionamento mental, ou lavagem cerebral do tipo que enfia convicção na cabeça das pessoas pela via de repetições como esta que se ouve por aí: “Meu filho, você é filho de Deus; você já fez essa declaração, lembra? Você é filho de Deus, e filho de Deus, é filho de Deus...” Faz-se muito disso em nossos dias. Contudo, o que a Bíblia diz em Romanos 8:16 é que”o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.

19. É o Espírito quem nos conduz à imagem de Cristo. Em II Coríntios 3:18 está dito que nós estamos sendo trabalhados, esculpidos, transformados e burilados pelo Espírito à medida que contemplamos a glória do Senhor como que por um espelho. Vemos a imagem de Cristo no espelho da Palavra. Mas essa contemplação não é ainda nítida. Vemos como que em diagonal, contemplando a imagem às vezes turva. No entanto, o Espírito Santo está agindo em nós, fazendo com que nos conformemos à imagem de Cristo que estamos vendo na Palavra. Se olharmos para Jesus, dia a dia o Espírito nos vai tornando mais semelhantes a ele. E quando o Senhor vier e nos transformar plenamente na sua imagem glorificante, esta terá sido também uma obra do Espírito em nossa vida.

(Texto Extraído do Livro: Espírito Santo: O Deus que vive em nós do Pastor Caio Fábio)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Justiça Generosa

" Ó homem, Ele te declarou o que é bom. Por acaso o SENHOR exige de ti alguma coisa além disso: que pratiques a justiça, ames a misericórdia e andes em humildade com o teu Deus? (Miqueias 6:8)


       Esse trecho resume o modo de vida que Deus quer que tenhamos. Andar em humildade com Deus é conhecê-Lo intimamente e estar atento ao que Ele deseja e ama. Além disso, o versículo nos manda praticar a justiça e amar a misericórdia, duas ações que, à primeira vista, parecem coisas diferentes mas não são. O termo hebraico para "misericórdia" é chesedh, graça e compaixão incondicionais de Deus. O termo hebraico par "justiça" é mishpat. Em Miqueias 6:8, "mishpat enfatiza a ação e chesedh a atitude ou o motivo por trás da ação". Para andarmos com Deus, então, temos de fazer justiça, com amor misericordioso.
        Em termos gerais, Mishpat é dar às pessoas o que lhes é devido, seja punição, seja proteção ou cuidado, independente de raça, posição social ou naturalidade. É por isso que, no Antigo Testamento, observaremos que Mishpat descreve como cuidar dos órfãos, das viúvas, dos estrangeiros e dos pobres (Zc 7:9-10). Hoje, esse quarteto abrangeria refugiados, trabalhadores imigrantes, os sem-tetos, os muito idosos e pais/mães que cuidam sozinhos dos filhos. Qualquer negligência em relação às necessidades de quem faz parte desses grupos não é simplesmente falta de misericórdia ou caridade, mas violação da justiça, da mishpat e é surpreendente ver a quantidade de vezes que Deus aparece como "defensor desses grupos" na Bíblia (Sl 146:7-9, Dt10:17-18, entre outros).
        Além disso, a ideia bíblica de justiça vai mais longe. Entendemos isso melhor ao considerarmos um segundo termo hebraico que podemos traduzir como "ser justo", embora seja normalmente referido como "ser reto". O termo é tzadeqah e refere-se a uma vida de relacionamentos corretos, isto é, são pessoas retas com Deus e, portanto, comprometidas em fazer retos todos os outros relacionamentos da vida". Isso quer dizer que, retidão bíblica é invariavelmente "social", porque tem a ver com relacionamentos. Quando a maioria das pessoas encontra a palavra "retidão" na Bíblia, pensam nela em termos de moralidade particular, como pureza sexual ou diligência na oração e estudo bíblico. Acontece que na Bíblia tzadeqh se refere ao viver diário, no qual a pessoa trata com generosidade e igualdade todos os relacionamentos na família e sociedade.
        Na vida de Jó, conseguimos perceber como ele tem consciência disso (Jó 29:12-17 e Jó 31:13-28): deixar de fazer o bem a qualquer semelhante, de qualquer classe ou posição social, seria uma grave ofensa contra Deus. Ele afirma que "era defensor dos direitos dos estrangeiros e acabava com o poder dos exploradores e livrava das suas garras as vítimas" e " era os olhos dos cegos, os pés do aleijado e o pai dos necessitados". E ainda vai além: "Ele não negou aos pobres o que desejavam". Algumas pessoas acreditam que ajudar os pobres deve ser chamado de misericórdia, compaixão, caridade mas não de justiça. Acontece que em nosso idioma a palavra "caridade" transmite a ideia de uma atividade boa, mas opcional. Contudo, essa visão não se encaixa no vigor ou equilíbrio da doutrina bíblica. Aqui, os presentes dados aos pobres são chamados de "obras de justiça" (Mt 6:1-2). Assim, não ofertar com generosidade não é mesquinharia, mas injustiça, uma violação da lei de Deus. Observamos ainda a descrição de Jó no capítulo 31 sobre todas as coisas que fez para viver de modo justo e reto. Ele afirma que toda a omissão em ajudar o pobre é pecado, uma ofensa ao Deus esplendor (v.23) e merece julgamento e punição (v.28). É impressionante notar que Jó afirma que seria pecado contra Deus achar que suas riquezas lhe pertence totalmente. Não compartilhar o pão e seus bens com o pobre seria injusto, pecado contra Deus e, por definição, transgressão à justiça de Deus. A pessoa justa tem um viver honesto, imparcial e generoso em todos os aspectos.
        Porém, que façamos essas "obras de justiça" não no "modo automático", apenas para sermos considerados como pessoas retas perante à sociedade, mas sim porque a misericórdia infinita de Deus (chesedh), demonstrada em Cristo na cruz, quando éramos pobres espiritualmente, forasteiros nesse mundo e órfãos de Pai, nos trouxe a expressão desse amor em todos os nossos relacionamentos.*
(Tim Keller, Justiça Generosa [trechos do Capítulo 1]).
* o último parágrafo não consta nesse livro.

SUGESTÕES E DICAS PARA EVANGELIZAÇÃO DE A a Z

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (II Timóteo 2:15)

A – AIRPLANES ( AEROPORTOS )
Centenas de pessoas estão aqui, esperando por você e pelas boas novas – passageiros, taxistas, funcionários, e aqueles que estão à espera de seus amigos que irão chegar de viagem. A maioria deles tem tempo para ler e falar e eles podem até vir de um país onde eles nunca teriam a chance de ouvir o Evangelho.
B – BOOK TABLE ( MESA DE LIVROS )
Montar uma mesa com livros e literatura evangelística num lugar de destaque. Isso pode chamar bastante atenção e gerar uma “ conversa inicial “.
C – CRIANÇAS
As crianças são muito abertas a Jesus, e muitas vezes é possível chegar até os pais através deles. Em playgrounds, escolas e creches você encontrará oportunidades de compartilhar o amor de Jesus com as crianças.
D – DOOR TO DOOR ( DE PORTA EM PORTA )
As pessoas se sentem mais seguras em um ambiente familiar ( como a sua própria casa ) e são muito mais propensos a abrir seus corações lá do que nas ruas. Ore por uma boa ideia para ter acesso a elas, e depois vá batendo nas portas. Dentro de pouco tempo você pode construir confiança entre vocês e, finalmente, levá-los a Jesus. Está é a porta da evangelização!
Drug Scene ( Situação com usuários de drogas ) - Entre em contato com um centro de reabilitação cristão local, para conhecer as pessoas viciadas em drogas e pregar-lhes as boas novas que Jesus as liberta do vício. Se elas estiverem abertas para receber isso, ore por elas, pela sua libertação. Mas esteja ciente que alguns viciados podem fingir estar interessados, apenas para que você de dinheiro a eles. Dar dinheiro a viciados não é uma boa forma de ajudá-los.
E – EASTER ( PÁSCOA )
A páscoa é um momento único do ano. Durante esta época festiva, celebramos a morte e a ressurreição de Jesus. Esta é a verdadeira mensagem da Páscoa, e não ovos e coelhinhos. Aproveite ao máximo essa época para se envolver com as pessoas e compartilhar com eles o verdadeiro significado da Páscoa.
F – FRIENDSHIP EVANGELISM ( EVANGELIZAÇÃO DE AMIGOS )
Colegas, vizinhos, o caixa da loja e quaisquer outras pessoas que você possa conhecer são amigos em potencial. Tente vê-los regularmente, ganhar a sua confiança e levá-los a Jesus. Manter a amizade viva e ser sempre um exemplo de vida para eles.
G – GROUPS OF YOUNG PEOPLE ( GRUPO DE JOVENS )
Nos centros da cidade e nos shoppings, mas também em pequenas cidades e vilarejos, os jovens se reúnem em grupos. Eles estão esperando por você! Faça amizade com eles e leve-os passo a passo para o encontro de Jesus. A melhor pessoa para começar é o líder do grupo deles, já que ele possui mais influência dentre as pessoas do grupo.
Gospel Music Concerts ( Evento Musical Gospel ) – Shows evangélicos são geralmente muito populares e aceitos na sociedade em geral. Eles são grandes oportunidades para compartilhar o evangelho, sendo realizados em igrejas, escolas, salas de concertos ou áreas públicas.
H – HOSPITALS ( HOSPITAIS )
Porque não perguntar a enfermeira-chefe quais pacientes recebem menos visitas, e em seguida, ir visitar essas pessoas? Alternativamente, você poderia simplesmente dar a literatura evangelística e orar pelos pacientes de ala em ala.
 I – INTERNET
A internet é uma das maiores e mais modernas oportunidades para defender o Evangelho e compartilhar Jesus com as outras pessoas. Nós fóruns, salas de bate papo, redes sociais e blogs, deixando as pessoas saberem o que você pensa. Prepare para si um tempo limite, para que você não perca tempo demais na internet.
J – JESUS FILM ( FILME DE JESUS )
Mostrar o filme “ JESUS “ (http://www.jesusfilm.org/) publicamente, e convidar as pessoas para assisti-lo. Você também pode emprestar o filme para as pessoas e depois se reunir com eles mais tarde para conversar sobre ele.
K – K-MART, POST OFFICE, PETROL STATION, ETC ( MERCADO, CORREIOS, POSTOS DE GASOLINA, ETC )
Use as breves oportunidades que você tem no decorrer do dia para dizer à alguém sobre Jesus ou dar a eles um folheto evangelístico. Todo lugar é um ótimo lugar para evangelizar.
L – LEND A HAND ( DAR UMA MÃO )
Servir os outros sem esperar nada em troca demonstra o amor incondicional de Deus de uma forma muito prática. Fazendo trabalhos comunitários, ajudando e apoiando as pessoas em suas vidas diárias abre seu coração para o Evangelho. Ações falam mais alto do que palavras, então coloque suas habilidades práticas para uma boa utilização.

M – MISSION’S TRIPS ABROAD – ( VIAGENS MISSIONÁRIAS AO EXTERIOR )
Você pode achar mais fácil evangelizar um país estrangeiro. Trabalhar fora do seu próprio ambiente irá aprofundar seu relacionamento com Deus, pois você é confrontado com situações incomuns e desafiadoras. Particularmente, em países do terceiro mundo você irá perceber o quão abençoado você é e o quanto você tem á oferecer.
Musica – se você é talentoso musicalmente ou está ansioso para praticar suas habilidades musicais, porque não usar o seu dom para divulgar o Evangelho? A musica é ideal para divulgar qualquer forma de informação e ela tem a capacidade para alcançar o coração. Leve a sua música a lugares como bares, pubs, rádios e emissoras de TV. Seja um embaixador de Deus com a sua música onde você puder.
N – NEW-AGE SCENE ( SITUAÇÃO DE NOVA ERA )
“ Novas-Eras “ são muito abertos ao sobrenatural e geralmente acreditam na existência de Deus. Estas pessoas estão tentando satisfazer a sua fome de Deus com todos os tipos práticas de métodos. Se você apresenta-los a Jesus, eles irão perceber que Ele é o que estavam procurando. Participe de feiras de Nova-Era e outros eventos para compartilhar o Evangelho com estas pessoas que passam fome.
O – OLD PEOPLES HOMES, ASSISTED LIVE CENTRES, NURSING HOMES ( LARES DE IDOSOS, ASILOS )
Todos os anos, entre 40 e 50 pessoas passam pelos lares de idosos. A maioria dos moradores dessas casas estão muito conscientes do fato de que a eternidade os espera na esquina. Muitos são muito solitários e ficariam muito felizes se você fosse visitá-los. Porque você não entra em contato com um lar de idosos e oferece um curto programa para ocasiões especiais? Depois você pode oferecer a oportunidade de receber a Cristo.
Open Air Meeting ( Reunião ao Ar Livre ) – Planeje uma reunião ao ar livre com um musical especial ou um teatro. Claro, existem alguns países onde isso não é permitido. Na maioria das áreas será necessário solicitar uma autorização das autoridades locais. Eventos ao ar livre são grandes oportunidades para chegar a pessoas que não vêm a igreja. Uma programação bem equilibrada, incluindo musica e mensagem, pode alcançar os “ sem-igreja “. Certifique-se de obter as igrejas locais envolvidas, incentivando-as a convidar os vizinhos e colegas e, em seguida, para estar disponível na reunião para conversar com os perdidos.

Press ( Imprensa ) – Publicar um anúncio, escrever um artigo, oferecer cupons de bíblias ou literatura evangelística, anunciar grupos de discussão ou até mesmo visitar domiciliares e ajuda prática. Promoção de eventos e imprimindo-se folders evangelísticos pode ser uma forma de alcançar as pessoas.
Prisons ( Prisões ) - Em uma prisão você encontrará pessoas com pouco ou nenhum
contato com o mundo exterior. Muito tempo para ser visitado e ter alguém para conversar. Verifique com o diretor da ala. Muitas vezes é possível realizar eventos e reuniões cristãs dentro das prisões.
Public Transportation (Transporte Público) - O transporte público apresenta uma grande oportunidade de falar com as pessoas. Leve literatura evangelística com você na próxima vez que andar de ônibus ou metrô. Eles são um grande início de conversa.
Q – QUESTIONNAIRES ( QUESTIONÁRIOS )
Utilize questionários para quebrar o gelo com estranhos que você conhecer. Com uma boa primeira pergunta você pode você envolver as pessoas numa conversa que se torna mais profunda a cada pergunta que se passa. Essa ideia é ótima para iniciantes, pois dá a eles maior segurança para quebrar o gelo.
R – RED-LIGHT DISTRICTS AND BROTHELS ( PROSTÍBULOS E BORDÉIS )
Ao contrário da imagem muitas vezes retratada nos meios de comunicação, as prostitutas são, muitas vezes obrigadas, em uma situação desesperadora, a ter escolhido este caminho apenas como um último recurso. Dizer a essas mulheres que Deus as ama e que elas são preciosas em sua vista pode fazer uma diferença radical em suas vidas. Ao receber a permissão de seu chefe ou “ cafetão “ e dando-lhes rosas, você compartilha o amor de Deus e do Evangelho com essas mulheres e pode até orar com elas. Atenção: Fique longe deste ministério se o seu interesse no corpo das mulheres é maior do que o seu interesse em sua salvação!
ROCK FESTIVALS ( FESTIVAIS DE ROCK ) - Aproveite festivais de grande porte que muitas vezes duram vários dias para conhecer pessoas e conversar com elas sobre o amor de Jesus.
S – STREET EVANGELISM ( EVANGELIZAÇÃO DE RUA )
Ganhe pessoas para Cristo em ruas movimentadas e praças com um programação relevante e atraente. Antes de fazer isso ( em eventos ao ar livre), é importante obter a permissão das autoridades. Verifique se você está ciente das normas para a utilização de sistemas de som amplificados e regras especificamente relacionadas com encontros religiosos / proselitistas.
T – TRACTS ( FOLHETOS OU FOLDERS )
Distribuir visualmente a literatura evangelística e usá-la como uma conversa inicial.
U – UNIVERSITIES ( UNIVERSIDADES )
Mesa de livros, orações e grupos de discussão, organizações estudantis cristãs, palestras e eventos. A Palavra de Deus precisa estar presente nos campos universitários, pois é onde o futuro da nação, líderes políticos e econômicos, estão sendo moldados.
V – VARICOSE VEINS OR HEADACHES? ( VARIZES OU DORES DE CABEÇA? )
Cura nas ruas. Vá para o doente e ofereça a oração ( Podemos orar por você? ).
W – WORKING GIRLS ( PROSTITUTAS )
Dê amor e compaixão de Deus para as prostitutas e fale com elas sobre o plano de Deus para as suas vidas (ver também prostíbulos ). No inverno você pode levar café ou chá para elas, o que elas apreciam muito.
X - XXL FLASH MOB (grupo de pessoas que se reúnem de repente em lugar público. )
Utilize formas modernas de comunicação para chamar os cristãos para trabalhar juntos num propósito específico e chamar a atenção da mídia. Maior será a multidão, quanto maior for a atenção. Organize um flash mob para apresentar o Evangelho e defender a verdade de Deus.
Y – YOUNG GENERATION ( GERAÇÃO JOVEM )
Aproveite as tendências contemporâneas, como Dança de Rua, Jumpstyle, hip hop, etc, para chegar aos jovens na sua própria língua.
Z – ZOOLOGISTS AND ZOMBIES – TARGET GROUP EVANGELISM ( ZOOLOGISTAS E ZUMBIS – GRUPO ALVO DE EVANGELIZAÇÃO )
Nossa sociedade é altamente complexa e é composta de muitos diferentes sub-culturas, como gangues de motociclistas, mães solteiras, pessoas de negócios e punks. Planeje atividades que são adaptadas para um grupo alvo específico. Estas atividades devem incorporar a sua linguagem e adequar seu ambiente. Seja criativo e pense com cuidado sobre como você pode especificamente e eficazmente atingir grupos-alvo.


Fonte: http://pt-br.facebook.com/notes/dia-de-evangeliza%C3%A7%C3%A3o-global-brasil-god/estrat%C3%A9gias-para-mobilizar-sua-igreja/197990546967443

O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO MUNDO

1. O Espírito Santo convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8). É ele quem dá ao homem convicção de pecado, neste nosso mundo onde dia-a-dia as consciências se entorpecem, se cauterizam; neste mundo onde certas correntes da Psicologia ensinam que sentimentos de pecado são apenas subproduto de condicionamentos de opressões culturais, sociais e religiosas, nada mais. E que não existe nenhum absoluto que possa julgar a conduta e a vida humana, porque todos os absolutos foram relativizados. Numa sociedade como a nossa, somente o Espírito Santo pode convencer o homem do pecado. A sociedade brasileira tem atingido índices inimagináveis de sodomia e perversão. Temos uma das televisões mais sujas do mundo, e a maior expressão de orgia pública do planeta e da história da raça humana, que é o carnaval. Neste país e nesta sociedade sem consciência, somente o poder do Espírito Santo pode convencer do pecado. Só o Espírito Santo pode persuadir de pecado o ser humano identificado com a cultura deste século. Todas as vezes que vejo alguém considerado “entendido” chorando, quebrantado, eu me regozijo com o milagre.
Ele convence da justiça. Convence não apenas do fato de que Deus é justo, mas de que ele é justo e justificador. Quando Jesus afirmou esta obra do Espírito, ele estava falando sobretudo da justiça e da justificação. O Espírito Santo convence da possibilidade de se ficar em paz com Deus, com a consciência tranquila; e traz convencimento da justificação. Após convencer do pecado e da possibilidade da justificação, se o homem confrontado com essas coisas não se apropria delas com fé e arrependimento, o Espírito então o convence do juízo, da condenação que vem sobre o diabo e todos aqueles que se fazem seus filhos pela obediência aos seus desejos (Jo. 8:44).

2. É o Espírito Santo quem detém o poder do anticristo. Em II Tessalonicenses 2:6-8, Paulo fala da vinda do anticristo, da apostasia dos últimos dias e do poder que hoje detém tal manifestação, para que esse mistério da impiedade seja manifesto apenas em ocasião própria. Literalmente é assim que o apóstolo diz: “Com efeito, o ministério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém.
Há quem diga que quem detém a vinda do anticristo é a igreja. Outros afirmam que é o poder político que está impedindo a manifestação do anticristo. No entanto, o que penso é que quem detém o anticristo é o Espírito Santo. Mas à luz do v. 6, seria difícil pensar que é o Espírito, porque o pronome que aparece aí ─ “e sabeis o que detém” ─ tem no original um sentido totalmente impessoal, não é pessoa, mas força, energia. Mas o v. 7 anula o questionamento, quando o chama de aquele, atribuindo-lhe pessoalidade: ou seja, é uma força pessoal que o detém. E a única força pessoal capaz de deter o anticristo na história é o Espírito Santo. É por isso que até aqui o anticristo não se manifestou. Têm aparecido os Hitlers, os Idi Amins, os Khomeinis da vida, mas o Espírito do Senhor continua detendo a manifestação final. No entanto, chegará a hora em que o Espírito cessará de deter, e essa manifestação será como uma das evidências, claras e inequívocas, de que a vinda do Senhor está próxima.

3. O Espírito Santo trabalha em toda a Terra. Apocalipse 5:6 diz que o Espírito de Deus é “enviado por toda a Terra”. Viajo frequentemente de avião em alturas muito elevadas. Olhando para baixo avisto choupanas mínimas, em lugares inóspitos. A primeira vez que atravessei o Atlântico e vi lá do alto as ilhas Canárias, pensei: “Meu Deus, tua Palavra me diz que o Espírito do Senhor está trabalhando em vidas ali!” Algumas vezes sobrevoei o deserto do Saara. De vez em quando apareciam povoados. Com a mente cheia do que Jesus dizia, repetia para mim mesmo: “E o Espírito de Deus será enviado por toda a Terra para aplicar a salvação em Jesus, e para derramar o conhecimento de Deus sobre a Terra assim como os mares enchem e cobrem a Terra”.


(Texto Extraído do Livro: Espírito Santo: O Deus que vive em nós do Pastor Caio Fábio)

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO À PALAVRA

1. O Espírito Santo inspirou as Escrituras. Pedro diz a esse respeito “que nenhuma Escritura provém de particular elucidação humana; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (II Pe. 1:20,21). Não há, à luz desse texto, margem para qualquer debulhamento críticas das Escrituras, ou para descobrirmos a teologia produzida por Paulo, Pedro, Tiago, ou quaisquer outros, como se concebidas por homens, divorciadas entre si e seccionáveis para estudos que saciem a curiosidade humana. A Escritura, muito ao contrário, revela-se como um todo; toda ela é inspirada pelo Espírito Santo, ainda que tal revelação tenha sido gradual e progressiva. Pedro incluía, entre aquilo que ele chamava de Escritura, as cartas de Paulo. Ainda em sua segunda epístola, cap. 3, v 16, o apóstolo faz referência a elas dizendo que se equiparavam às “demais Escrituras”. Diz o v. 16: “nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam”. Pedro coloca as cartas de Paulo em pé de igualdade com Jeremias, Isaías, os profetas, o Pentateuco e tudo o mais. Ele as considera tão inspiradas quanto as outras partes da Palavra de Deus; corrompê-las equivalia, portanto, a deturpar a Escritura. Afirma-se assim, mais uma vez, a inspiração do Espírito na Palavra de Deus. Paulo, como homem, errou algumas vezes. Nem sua conversão o isentou de tal possibilidade. Todavia suas cartas foram mais que cartas. Foram cartas de Deus à Igreja e à História.

2. O Espírito Santo interpreta as Escrituras. Em Efésios 1:17 Paulo ora, pedindo a Deus que os homens recebam inspiração, iluminação e espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento e discernimento das coisas de Deus. Dessa forma a iluminação do coração para discernir as Escrituras é obra do Espírito. Sem a iluminação do Espírito é possível conhecer muito da Escritura através dos instrumentos hermenêuticos. Também qualquer estudo histórico-técnico do texto bíblico é extremamente revelador em si mesmo, ainda que o estudioso não ore e nem creia no Espírito. No entanto, tais estudos e instrumentos só nos possibilitam sua compreensão objetiva. E sem dúvida a Escritura se permite tal análise. Contudo, seu significado para hoje como Palavra de Deus dirigida a nós como pessoas, não se dá, de modo nenhum, mediante os instrumentos hermenêuticos. Ele decorre da iluminação do Espírito Santo. E nesse sentido toda instrução e sabedoria do mundo são totalmente inúteis. Afinal, quando somos estimulados pela Escritura a nela meditar e a entendê-la, somos instigados a um estudo inteligente, conferindo coisas espirituais com coisas espirituais. Não há, entretanto, um estudo técnico da Escritura. Tais estudos são utilíssimos quando acompanhados de piedade e reverência diante da Palavra de Deus. Caso contrário eles são apenas estudos da letra morta da Palavra. Parece que foi exatamente isso que João quis dizer quando afirmou: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanecem em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou” (I Jo. 2:27).

3. O Espírito transforma a Palavra de Deus em espada, Paulo diz, em Efésios 6:17, que ela é a espada do Espírito. Sem o Espírito, a Escritura é um livro que alguns teólogos céticos conseguem reduzir a quase nada. Sem ele, ela é lida, manifesta, e amiúde não produz os efeitos esperados porque, frequentemente, pregamos a Palavra movidos por presunção e não pela unção que faz da Escritura a Palavra-espada de Deus. Ela é espada, mas tem que ser usada pelo Espírito. Nas mãos do Espírito ela edifica; nas mãos de um ser humano presunçoso e nem temor de Deus ela é uma calamidade. Serve para dar base a qualquer loucura humana. Nas mãos do Espírito a Escritura golpeia o pecado, constrói o amor, defende a verdade, promove a justiça, consola o aflito e entroniza Jesus, mas, nas mãos do espírita, por exemplo, ela exalta Chico Xavier, porque ele a interpreta de forma completamente errada, dela se aproveitando de modo desastroso.

4. O Espírito Santo torna a Escritura uma realidade escatológica: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo aquilo que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo. 16:13). É portanto o Espírito Santo quem dá à Escritura essa característica preditiva. Jesus diz que o Espírito viria e anunciaria as coisas que haveriam de acontecer. Por isso, quando leio Paulo em II Timóteo, que fala das coisas referentes aos “últimos dias”, ou o Apocalipse, e encontro predições sobre as últimas coisas, meu coração é confortado, pois tenho o respaldo de Jesus, ensinando e avisando que quando o Espírito viesse daria à Palavra e à mensagem esse cunho escatológico e preditivo. Por isso, ao estudarmos os elementos escatológicos contidos no Novo Testamento, as doutrinas das últimas coisas, sentimos a segurança de não estarmos lidando com sonhos humanos, mas com verdades de Deus para o futuro.

5. Foi o Espírito Santo quem trouxe a Palavra de Deus à memória dos discípulos (Jo 14:26). Como pôde Mateus lembrar-se de todas aquelas coisas? E João? Marcos narra basicamente fatos, o que é sem dúvida mais fácil de recordar. Ele escrevia as reminiscências de Pedro. Lucas fez sua coletânea de “assuntos em ordem”. Entretanto, João apresenta mais do que fatos. Ele diz: “E o Senhor disse...” e, então, nos apresenta em detalhes discursos inteiros de Jesus, palavra por palavra. Como tal memória poderia ser tão precisa sem a ação direta e relembradora do Espírito Santo?
Quando ainda jovem na fé eu lia o evangelho de João e me questionava: “Meu Deus, sem um gravador para gravar tudo isso... Como pôde esse homem reter tanta coisa?...” Mas é aí, que vem a palavra de Jesus e tira essa crise canônico-tecnológica da nossa mente, quando diz: “Quando o Espírito Santo vier, ele vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”. Os teólogos liberais tiveram muita dificuldade em acreditar que o Evangelho era a expressão original dos ensinos de Jesus, porque lhes faltava a dimensão “carismática” do modo pelo qual a Palavra foi “preservada” na “memória” dos apóstolos e da Igreja.

(Texto Extraído do Livro: Espírito Santo: O Deus que vive em nós do Pastor Caio Fábio)

Quando o evangelho da graça toma conta de nós

Quando o evangelho da graça toma conta de nós, algo passa a estar muito certo.
Vivemos na verdade e na realidade. Quando sou honesto, admito que sou um
amontoado de paradoxos. Creio e duvido, tenho esperança e sinto-me desencorajado,
amo e odeio, sinto-me mal quando me sinto bem, sinto-me culpado por não me sentir
culpado.Sou confiante e desconfiado. Honesto e ainda assim insincero. Aristóteles diz que 
sou umanimal racional; eu diria que sou um anjo com um incrível potencial para cerveja.

Viver pela graça significa reconhecer toda a história da minha vida, o lado bom e ruim.
Ao admitir o meu lado escuro, aprendo quem sou e o que a graça de Deus significa.
Como colocou Thomas Merton: “Um santo não é alguém bom, mas alguém que
experimenta a bondade de Deus”.

O evangelho da graça nulifica a nossa adulação aos tele-evangelistas, superastros
carismáticos e heróis da igreja local. Pois a graça proclama a assombrosa verdade de que
tudo é de presente. Tudo de bom é nosso não por direito, mas meramente pela liberalidade 
de um Deus gracioso. A nós foram-nos dados Deus em nossa alma e Cristo na nossa carne. 
Temos poder de crer quando outros negam; de ter esperança quando outros desesperam; de 
amar quando outros ferem. Isso e muito mais é pura e simplesmente de presente; 
não é recompensa a nossa fidelidade, a nossa disposição generosa, a nossa vida heróica 
de oração. Até mesmonossa fidelidade é um presente. “Se nos voltarmos para Deus”, 
disse Agostinho, “até mesmo isso é um presente de Deus”.

Em Lucas 18 um jovem rico vem até Jesus perguntando o que ele deve fazer para herdar a
vida eterna. Ele quer ser colocado no centro das atenções. O ponto central de Jesus é o
seguinte: não há coisa alguma que qualquer um de nós possa fazer para herdar o Reino.
Devemos simplesmente recebê-lo como criancinhas.


Brennan Manning, em "O Evangelho Maltrapilho" da editora Mundo Cristão

Vivo!


Estrada. Escuridão. Estrelas. Sombras. Quatro. Sandálias. Mantos. Silêncio. Suspense. Bosque. Árvores. Sozinho. Perguntas. Angústia. “Pai!” Suor. Deus. Homem. Deus-Homem. Prostrado. Sangue. “NÃO!” “Sim.” Anjos. Consolo.

Passos. Tochas. Vozes. Romanos. Surpresa. Espadas. Beijo. Confusão. Traição. Temor. Corra! Prisão. Punhos. Marcha.
Pátio. Sacerdotes. Lampadas. Sinédrio. Caifás. Zombaria. Seda. Arrogância. Barba. Conspiração. Pés descalços. Corda. Calma. Empurrões. Pontapés. Anás. Indignação. Messias? Julgamento. Nazareno. Confiante. Pergunta. Resposta. Soco!… Cruz...Esperança...
Vivo Ele está Vivo!!!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A Cruz


A cruz. Você consegue se virar para alguma direção sem ver uma? Gravada num anel ou pendurada numa corrente. A cruz é o símbolo universal do Cristianismo. É uma escolha estranha, não acha? Estranho que uma ferramenta de tortura incorpore um movimento de esperança. Seu desenho não poderia ser mais simples. Uma viga horizontal, a outra vertical. Uma se estende para os lados, como o amor de Deus. A outra vai para cima, assim como a santidade de Deus. Uma representa a largura do seu amor; a outra, a altura da sua santidade. A cruz é a intercessão.

A cruz é onde Deus perdoou seus filhos sem baixar seus padrões. Deus colocou nosso pecado no seu Filho e o puniu lá. Seus pecados foram colocados em Jesus. Jesus recebe o golpe. Já que Cristo está entre você e Deus, você não o recebe. O pecado é punido, mas você está seguro – seguro na sombra da cruz!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

COMO JEJUAR?

Não há regras fixas na Bíblia sobre quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar, isto é algo pessoal.


NA IGREJA PRIMITIVA, o jejum está associado a:

·         Adorar ao Senhor – Os líderes da igreja em Antioquia jejuando apenas para adorar ao Senhor (Atos 13:2);

·         Enviar missionários – Na hora de impor as mãos e enviar missionários (Atos 13:3);

·         Estabelecer presbíteros – Além de impor as mãos com jejum sobre os enviados, o faziam também sobre os que recebiam autoridade de governo na igreja local, o que revela que o jejum era um princípio praticado nas ordenações de ministros (Atos 14:23).


NAS EPÍSTOLASsó encontramos menções de Paulo de ter jejuado (2ª Coríntios 6:3-5; 11:23-27).



O JEJUM FOI PRATICADO NA HISTÓRIA DA IGREJA?

Sim, e muitas vezes.

·         Nos dias que precederam a reforma protestante, Martinho Lutero vivia em constante oração e jejum.  Certa vez, ao fazer um comentário sobre o salmo 23, ele ficou por três dias trancado em seu quarto, comendo somente pão e sal. Sua esposa contratou uma pessoa para arrombar a porta, e lá estava Lutero mergulhado em suas meditações.

·         Jonatan Edwards ficou três dias em oração e jejum para que Deus intervisse na sua Igreja que era mundana. O sermão pregado naquela noite não foi sobre o amor de Deus, mas sim sobre a ira divina. A mensagem ficou na história. O tema foi "Pecadores nas mãos de um Deus irado". O resultado foi que 500 pessoas se converteram. Durante a madrugada podia se ouvir o choro de muitos em arrependimento por seus pecados.

·         John Wesley depois de voltar da Geórgia decepcionada pela falta de frutos em seu ministério, passou a reunir-se na Faculdade de Oxford com Charles Wesley e George Whitefield. O propósito desses jovens era consagração total a Deus. Passaram a acordar mais cedo para orar. Programaram algumas vigílias e passaram a jejuar todas as quartas e sextas. O resultado dessa consagração é que John Wesleypregou por mais de 50 anos, ganhou para Cristo milhares e milhares de almas. Seu irmão, Charles Wesley escreveu muitos hinos e Deus o fez o maior escritor de hinos da História. George Whitefield era pregador por excelência e não havia prédio onde coubessem os auditórios e, por isso, sempre armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Atravessou treze vezes o Atlântico para pregar nos Estados Unidos. Sem dúvida, ele foi o profeta do metodismo.

·         João Calvino e John Knox passavam períodos longos buscando a Deus com oração e jejum.

·         Davi Brainerdr, Charles FinneyD.L MoodyCharles Haddon Spurgeon, todos foram homens de oração e jejum.



FRASES SOBRE JEJUM

·         “O jejum é uma abstenção voluntária e deliberada de alimentos, com o objetivo de se dedicar à oração. De um modo geral, no jejum nos abstemos apenas dos alimentos sólidos, mas em algumas ocasiões, nos abstemos de água também, por curto período de tempo.” David Yonggi Cho

·         “O jejum cristão nasce da saudade de Deus.” John Piper

·          “Os santos de Deus em todos os tempos e em todos os lugares não só creram, mas praticaram o jejum.” Errol Hulse

·         “Nossas temporadas de oração e jejum no tabernáculo têm sido, na verdade, dias de elevação; nunca a porta do céu esteve mais aberta; nunca os nossos corações estiveram mais próximos da glória.” Charles Haddon Spurgeon

·         “O jejum é um instrumento de mudança, não em Deus, mas em nós. Leva-nos ao quebrantamento e a humilhação e a ter mais gosto pelo pão do céu, do que pelo pão da terra. Jejum não é greve de fome, regime para emagrecer ou ascetismo. Também não é meritório. Ele sempre se concentra em finalidades espirituais.” Hernandes Dias Lopes

·         “Jejum é fome de Deus. O maior inimigo da fome de Deus não é o veneno mortífero, mas uma torta de maçã. Os maiores adversários do amor de Deus não são seus inimigos, mas seus dons. E os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos simples prazeres da terra. O jejum revela o grau de domínio que o alimento tem sobre nós. O jejum cristão é um teste para conhecermos qual é o desejo que nos controla.” John Piper

·         “Jejum, no sentido bíblico, é decidir não comer porque sua fome espiritual é tão profunda, sua determinação em interceder tão intensa, ou sua luta espiritual tão exigente que você abandona temporariamente até mesmo as necessidades carnais para decidir-se à oração e meditação.” Wesley Duewel

·         “O jejum não pode ser entendido apenas como abstinência de alimento e bebida, mas de qualquer coisa que é legitima em si mesma por amor de algum propósito espiritual.” Martyn Lloyd-Jones

·         “Se você disser que vai jejuar quando Deus o fizer sentir essa necessidade, jamais jejuará.” D.L Moody

·         “No jejum mostramos que queremos algo maior que o alimento físico; mostramos que estamos famintos por Deus” Pr. John Piper

·         “Jejum é uma abstinência com uma finalidade espiritual. Começar a jejuar é começar a morrer, é abrir mão daquilo que é essencial à sobrevivência, à subsistência. É uma forma de dizer que em algum momento da vida nós nos deparamos com uma realidade que é mais importante que a nossa própria sobrevivência. Jejum é esse passo em direção aquilo que é mais importante do que o permanecer vivo. Tudo isso precisa ser feito em um anonimato, e não depende de nós, mas de Deus. Nós não conquistamos, nós recebemos dádivas.” Pr. Ed René Kivitz

·         “Jejum não é sacrifício, é sacro-ofício, e é prazer! Foi por isto que Jesus disse que ele deve ser praticado em “secreto”, pois fazê-lo em público é o caminho para a corrupção da devoção, pois vira show de santificação—é o caminho dos fariseus. Jejum deve ser a declaração do prazer da alma no silêncio, na quietude, na meditação e na curtição do ser de Deus. Jejum precisa ser carregado de amizade com Deus. O jejum do desespero acontece quando o desespero é maior que a necessidade de comer. Mas o verdadeiro jejum é como separar um tempo para gozar amores num lugar secreto, com o Deus de sua vida. Esse jejum faz falta. Nesse eu acredito. E creio que quando ele voltar a ser praticado muita coisa vai mudar na alma do povo. Todavia, tem que ser assim: discreto, apaixonado, silencioso, e amante de Deus. Tal prática enche o coração de gozo, sensibiliza a alma, e dá voluntariedade ao espírito. Quem come esse jejum alimenta-se de gratidão!” 

A CRUZ É TODA MINHA GLÓRIA

Gálatas 6.14 
         
Quando Paulo enalteceu a cruz, não pensou naquele madeiro. Muitos dão grande importância à figura da cruz. Carregam na roupa, em correntes no pescoço, etc., mas não no coração. Paulo viveu pela mensagem da cruz, que foi o seu grande tema. 

1.      Do que o apóstolo poderia se gloriar?
a.      De sua origem (2 Co 11.22ss.; Fl 3.4ss ). Eles são hebreus? Eu também sou. Eles são israelitas? Eu também sou. Eles são descendentes de Abraão? Eu também sou. É verdade que eu também poderia pôr a minha confiança nessas coisas. Se alguém pensa que pode confiar nelas, eu tenho ainda mais motivos para pensar assim.
b.     De sua erudição e educação religiosa (At 22.3). —Eu sou judeu, nascido em Tarso, na região da Cilicia, mas fui criado aqui em Jerusalém como aluno de Gamaliel. Fui educado muito rigorosamente dentro da lei dos nossos antepassados. Eu era muito dedicado a Deus, como todos vocês aqui também são.
c.      De sua conduta exemplar (At 26.4-5). —Todos os judeus sabem como tenho vivido no meio do meu povo e também em Jerusalém, desde a minha juventude até hoje. Eles sempre souberam—e podem confirmar isso se quiserem—que desde o começo fui membro do partido dos fariseus, o mais rigoroso da nossa religião.
d.    Também de suas altas revelações, suas curas, seus grandes sucessos.
e.     Porem gloriou-se somente da cruz, e nunca se envergonhou dela (Rm 1.16). Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que crêem, primeiro os judeus e também os não-judeus.

2.      Porque Paulo enalteceu a cruz?
a.    Porque ela irradia o amor de Deus (Jo 3.16). Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna.
b.    Nela o amor de cristo alcançou se ponto culminante.
c.      Pela cruz, nossos pecados foram expiados (2 Co 5.19; Hb 9.26; 1 Pe 2. 24; Rm 5.10). Se fosse assim, ele teria de sofrer muitas vezes desde a criação do mundo. Pelo contrário, uma vez por todas ele apareceu agora, quando os tempos estão chegando ao fim, para tirar os pecados por meio do sacrifício de si mesmo O próprio Cristo levou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz a fim de que morrêssemos para o pecado e vivêssemos uma vida correta. Por meio dos ferimentos dele vocês foram curados.
d.     Pela cruz, foi tirada a maldição  que pesava sobre nós (Gl 3.13). Porém Cristo, tornando-se maldição por nós, nos livrou da maldição imposta pela lei. Como dizem as Escrituras: “Maldito todo aquele que for pendurado numa cruz!”
e.      Por ela, grandes bênçãos nos são asseguradas (Rm 8.32). Porque ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós! Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas?
f.        Pela cruz nós somos vencedores (Ap 12.11). “Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas”. “Aqueles que conseguirem a vitória não sofrerão o castigo da segunda morte.”
g.     Por ela somos feitos filhos e herdeiros de Deus (Rm 8.17). Nós somos seus filhos, e por isso receberemos as bênçãos que ele guarda para o seu povo, e também receberemos com Cristo aquilo que Deus tem guardado para ele. Porque, se tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também tomaremos parte na sua glória.

3.     Por que também devemos nos gloriar somente da cruz?
a.      Porque ela é o meio de nossa conversão (Jo 3.14-15). —Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna.
b.     Da nossa santificação (Rm 6.6). Pois sabemos que a nossa velha natureza pecadora já foi morta com Cristo na cruz a fim de que o nosso eu pecador fosse morto, e assim não sejamos mais escravos do pecado.
c.      Pois é o meio mais edificante no nosso testemunho e convence os homens dos seus pecados (At 2.36-37). Todo o povo de Israel deve ficar bem certo de que este Jesus que vocês crucificaram é aquele que Deus tornou Senhor e Messias. Quando ouviram isso, todos ficaram muito aflitos e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos:
 —Irmãos, o que devemos fazer?
Paulo: um exemplo
1.     Na sua humildade: considerou-se o maior dos pecadores (Tm 1.15). O ensinamento verdadeiro e que deve ser crido e aceito de todo o coração é este: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior.
2.      Nas suas convicções (Rm 8.38-39). Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro;  nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor.
3.      No seu conhecimento: a cruz de Cristo (1 Co 2.2). Porque, quando estive com vocês, resolvi esquecer tudo, a não ser Jesus Cristo e principalmente a sua morte na cruz.
4.      Naquilo em que gloriava: as suas fraquezas (2Co 12.9-10). Mas ele me respondeu: “A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.” Portanto, eu me sinto muito feliz em me gabar das minhas fraquezas, para que assim a proteção do poder de Cristo esteja comigo. Eu me alegro também com as fraquezas, os insultos, os sofrimentos, as perseguições e as dificuldades pelos quais passo por causa de Cristo. Porque, quando perco toda a minha força, então tenho a força de Cristo em mim.
5.      No seu desejo maior e mais profundo (Fp 3.10-11). Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição. Quero também tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, com a esperança de que eu mesmo seja ressuscitado da morte para a vida.
6.      Na sua maior glória: a cruz do Senhor (Gl 6.14). Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.
7.    No seu desejo ardente: estar com Cristo (Fp 1.23). Estou cercado pelos dois lados, pois quero muito deixar esta vida e estar com Cristo, o que é bem melhor.


Gálatas 6.14
A cruz é minha glória, por que:

1.      Nela o  pecado foi apagado (1 Pe 2.24). O próprio Cristo levou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz a fim de que morrêssemos para o pecado e vivêssemos uma vida correta. Por meio dos ferimentos dele vocês foram curados.
2.      Nela a salvação esta garantida (Hb 2.9). Mas nós vemos Jesus fazendo isso. Por um pouco de tempo ele foi colocado em posição inferior à dos anjos, para que, pela graça de Deus, ele morresse por todas as pessoas. Agora nós o vemos coroado de glória e de honra por causa da morte que ele sofreu.
3.      Lá a santificação foi consumada (Hb 10.14). Assim, com um sacrifício só, ele aperfeiçoou para sempre os que são purificados do pecado.
4.      Jesus selou ali a paz (Cl 1.20). Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu.
5.      Nela estou crucificado com Cristo (Gl 6.14). Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

CRESÇA ATRAVÉS DO JEJUM

Você sabe qual é o valor do jejum na espiritualidade cristã? 
Se você não compreender o significado do jejum, jejuar se tornará muito difícil. 
Quem não entende as circunstâncias e os propósitos do jejum tem enorme dificuldade de praticá-lo. Sentirá muita fome e não irá conseguir tirar os olhos do relógio, a fim de ver quanto falta para terminar seu martírio.

Será que alguém pode crescer espiritualmente e agradar ao Senhor com esse tipo de jejum? 
A Bíblia qual é a forma correta e a errada de jejuar. As Sagradas Escrituras ensinam que o jejum é uma prática muito valiosa para a espiritualidade cristã. Mas existe uma forma correta e uma errada de jejuar.

Por isso, esse exercício de abstinência pode não ter nenhum valor se estiver fora dos padrões divinos (Isaías 58).

Tem gente que acha que o jejum é uma forma de obrigar Deus atender aos seus pedidos, mas ... Os textos sagrados deixam claro que o Senhor não comercializa suas bênçãos. É inútil usar qualquer artimanha contra o Senhor para convencê-lo a satisfazer nossas vontades. O Pai Celeste não se relaciona com seus filhos através de negociatas (Isaías 58.3 e Mateus 6.7,8).

Tem gente que pensa que jejuar é martirizar-se para agradar a Deus, mas... Deus é um pai amoroso. Ele não deseja nenhuma espécie de prática que cause martírio a Seus filhos para alegrar-se na vida deles (Isaías 58.5). Tem gente que acredita que o jejum, em sim mesmo, é purificador, mas... A crença de que o jejum tem poder de tirar as culpas de seu praticante é falsa. Sem arrependimento e mudança de atitude ninguém é aceito perante a face de Deus. Por essa razão, o Senhor condena o religioso que lhe oferece sacrifícios de jejum enquanto sua vida está cheia de pecados (Isaías 58.1-3).

Tem gente que jejua só para ter aparência de grande espiritualidade, mas... O Senhor rejeita veementemente qualquer coisa que se origine da vaidade humana. Quem jejua para ser superior aos outros pode até iludir a todos com sua máscara de devoto, porém não consegue ocultar de Deus esse grave pecado secreto (Isaías 58.4 e Mateus 6.16-18).

Se o jejum não é um jeito de obrigar Deus a atender aos nossos pedidos; não serve como martírio para agradar a Deus; não é poderoso, em si mesmo, para remoção de pecados; e nem pode exibir aos outros o quanto somos espirituais... então, para que serve o jejum?

O jejum é o gesto através do qual o homem declara sua completa dependência de Deus. Ao se consagrar, em jejum, Cristo não se absteve apenas do alimento físico para buscar a face de Deus. Ele foi além: rejeitou a glória humana, as riquezas materiais e o poder mundano que lhe foram ofertados. Essa atitude expressa que não há nada em todo o Universo que possa nos satisfazer, a não ser a comunhão íntima com o Pai (Mateus 4.1-11).

O verdadeiro jejum é uma atitude espiritual e, não, propriamente física. Apenas deixar de comer não é jejum espiritual. Em nada adianta abster-se das refeições e, por exemplo, assistir a certos programas na televisão. Nesse caso, o corpo fica sem comida enquanto o espírito é contaminado pelo alimento do mundo.

O jejum bíblico é uma prática espiritual em que a pessoa se afasta de tudo, o máximo que pode, para consagrar sua vida inteiramente ao Senhor (Salmos 35.13 e 69.10). Através do jejum, o crente pode ouvir a voz de Deus e conhecer a Sua vontade. Quando alguém se afasta das coisas do mundo e busca ao Senhor em jejum, distancia-se das influências que recebe no cotidiano.

A oração e a leitura bíblica são práticas indispensáveis durante esse período de consagração, pois permitem que o crente estabeleça um diálogo com o Pai. Assim, silenciado para tudo e numa conversa íntima com Deus, o homem pode abrir seu interior e receber as palavras divinas necessárias para direcionar seu caminho (Atos 13.1-3).

O jejum é uma forma de expressão de arrependimento sincero perante Deus. Embora o jejum, em si mesmo, não purifique das transgressões, ele pode ser um gesto conveniente para demonstrar forte arrependimento por causa de um pecado. Em tal situação o homem se humilha perante o Altíssimo e expõe toda a sua fragilidade e fraqueza, suplicando perdão e auxílio divino para romper a cadeia maligna que o domina (Neemias 1.4-7).

O jejum é um meio pelo qual as ansiedades e carências são entregues à Deus. O cristão, no jejum, expõe sua insuficiência para encarar os desafios da vida. Ao fazer isso ele entrega nas mãos do Todo Poderoso os seus problemas e aflições, permitindo que Deus tome conta de tudo e faça o melhor (II Crônicas 20.1-30). 
Isso quer dizer que o jejum é um gesto em que declaramos nossa inteira dependência de Deus; é verdadeiro somente como atitude espiritual e, não, física; é um tempo íntimo com o Pai Celeste em que Ele nos revela Sua vontade; é uma maneira de expressarmos nosso arrependimento sincero perante Deus; é uma forma de demonstrarmos nossa total confiança no Senhor.

Agora que você já sabe... cremos que você tem mais convicção e certeza de que, nesses dias de jejum e oração, grandes coisas o Senhor fará na sua vida a na nossa CEPA. (Pastor Melquizedeque)

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