Não importa nosso esforço, muitos de nós sempre teremos que lidar com pessoas difíceis de amar e de se relacionar bem. É da natureza humana. Para melhorar nossos relacionamentos, devemos repensar a maneira como os entendemos.
Sabe-se que lixar é muito útil no trabalho com madeira ou no acabamento de móveis. Certamente há pessoas na vida que também causam dor e irritabilidade. É possível encontrar pessoas desse tipo todos os dias. No entanto, deveremos observar se não somos nós mesmos essa lixa tão indesejada para a nossa família. A realidade é que todos nós somos pessoas-lixa. Todos nós irritamos os outros de vez em quando.
Pessoas-lixa fazem parte do nosso crescimento. Entram em nossas vidas para transformamos numa ferramenta afiada para os propósitos de Deus. Isso muda totalmente a maneira como vemos os relacionamentos que nos perturbam. Eles existem para o nosso próprio bem, para aparar as arestas e nos tornar mais semelhantes a Cristo.
Vale a pena refletir
Quem são as pessoas-lixa de sua vida nesse momento – alguém de sua família, um colega de trabalho, um chefe, um funcionário, um amigo ou um vizinho? Como você costuma relacionar-se com elas?
Provações no galpão de ferramentas
A Bíblia apresenta um principio orientador para aprendermos a nos relacionar bem com as pessoas-lixa e termos um impacto duradouro em nossos relacionamentos. Precisamos ter o mesmo olhar que Cristo teve sobre as pessoas.
O primeiro passo nesse processo é identificar de que modo as pessoas nos aborrecem. Algumas pessoas se parecem com uma trena: são aquelas pessoas que sempre dizem que você está longe do que deveria ser. Elas julgam as pessoas por seus próprios padrões de retidão. O outro tipo de pessoas é o martelo: os martelos costumam ter a sutileza de um trator, impondo seus desejos aos outros e abrindo caminho a força. Existem também aquelas pessoas se parecem com uma serra: numa discussão elas sabem exatamente o que dizer para ferir você com maior intensidade. Você tem alicates de pressão em sua vida? essas pessoas nos apertam e não sabe quando largar. São extremamente carentes e costumam sugar a vida dos que estão ao seu redor.
Na caixa de ferramentas da vida encontramos também o esmeril, aquela pessoa com personalidade explosiva que espera para entrar em cena e jogar faísca para todos os lados. Com o esmeril, está o machado, aquela pessoas que por onde passa arranca grandes pedaços. Tendem a ser negativas, sempre reclamando e procurando maneiras de cortar as esperanças e os planos dos outros. Suas primas, as machadinhas, normalmente cortam pedaços menores, mas apegam-se as feridas passadas e provocam dor mais prolongadas. Elas não sabem como acabar com um assunto.
Por último, mas não menos importante, estão as pessoas argamassa. São aquelas que não tem consistência, destituídas de espinha dorsal. Desejosas de sempre agradar, mudam como camaleões sem deixar que você saiba como na verdade são ou pensam. A argamassa sempre dize sim, mesmo que se sinta muito pressionada.
Seja qual for o caso, devemos aprender a enxergar além dos danos que cada uma dessas ferramentas pode causar e descobrir como construir um futuro significativo juntos.
Vale a pena refletir
De que maneira as pessoas do seu convívio se encaixam nos diversos tipos de ferramentas? Quais ferramentas mais irritam você?
A perspectiva do carpinteiro
Todos nós somos únicos. Não há outra pessoas no mundo como você. Embora sejamos muito diferentes estamos todos na mesma caixa de ferramentas. No entanto, em vez de trabalharmos juntos para construir relacionamentos duradouros, como Deus deseja, muitas vezes somos tentados a criticar. É sempre mais fácil apontar os defeitos dos outros em vez de procurar corrigir as próprias deficiências. Veja o que Jesus fala sobre isso em Mateus 7.3-5:
Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: “Me deixe tirar esse cisco do seu olho”, quando você está com uma trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.
Temos a visão aguçada para encontrar ciscos nos olhos de qualquer pessoas. Existem pessoas que estão de tal modo determinadas a apontar o cisco nos olhos dos outros que se esquecem totalmente das traves presas à própria vida.
Precisamos entender que nosso papel não é julgar as pessoas, mas sim sermos agente de cura. Em família, somos muito rápidos em apontar as falhas dos outros e desprezar as gritantes fraquezas de nossa vida. Se eu deixar de tentar mudar todo mundo e me esforçar para que Deus me mude, as pessoas em minha vida se tornarão muito mais acessíveis.
A força do cisco
Assim como o madeirite se torna forte e resistente por conta do calor intenso e da pressão que recebe no ato de sua construção, de maneira similar, Deus permite algumas pessoas-lixa e provações da caixa de ferramentas em nossa vida por uma razão: aumentar o calor e a pressão para ficarmos mais fortes. Deus quer formar o nosso caráter. Veja o que diz em Romanos 5.3-5:
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
É parte do plano de Deus fazer que meu caráter seja mais forte e firme, por isso ele permite que pessoas e pressão moldem meu caráter. Quando for criticado não engula a crítica inteira, mas permita que seu sabor o ajude a crescer.
Deus nos lembra que devemos ser humildes e confiar nele quando nos virmos agitados por causa da ira, do medo ou da irritação. Para entendermos os relacionamentos a partir de uma nova perspectiva, precisamos reconhecer o benefício positivo que Deus pretende gerar em nossa vida por meio deles.
Sempre diante de uma pessoa-lixa pare e pergunte a Deus o que ele está querendo te ensinar. Vejas essas pessoas não só pelo motivo de sua mudança, mas também pelo motiva da mudança dela, Deus pode ter colocado essa pessoa na sua vida pra vocês crescerem juntos.
PARA A VIDA TODA
1. Leia novamente a descrição dos vários tipos de ferramenta. Qual delas descreve melhor a maneira como você às vezes se relaciona com as pessoas? Você é um martelo, uma serra, um machado ou outra coisa? A verdade é que a maioria de nós é uma ferramenta multiuso e reage de maneiras diferentes dependendo do contexto e de nossa química com as pessoas. Avalie como seus diferentes relacionamentos geram diferentes reações, defensivas e ofensivas.
2. Com que freqüência você aponta problemas na vida de alguém – raras vezes, ocasionalmente, muitas vezes? O que costuma motivar suas observações? Passe um tempo em oração pedindo que Deus o ajude a remover as traves de sua própria vida antes de falar sobre os ciscos na vida de outra pessoa.
3. Descreva uma pessoa de seu convívio que o irrita constantemente. Como você se relacionou com ela no passado? Se soubesse que tem apenas um mês para viver, o que gostaria de dizer-lhe? O que o impede de dizer hoje?
Até amanhã com a graça de Deus.
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