Ninguém está sozinho na batalha contra a tentação. Esse é um problema universal. Todos enfrentam algum tipo de tentação. Para alguns, a luta é interna: sentimento de culpa, medo, preocupação, depressão. Para outros, a luta é externa: sexo, dinheiro, fama e sucesso. A Bíblia nos lembra que não vem sobre nós tentação, senão humana (1Co 10.13). Você não é o único que luta contra a tentação. Todos passamos por ela. Para alguns, o empenho em vencê-la é uma luta diária. Para outros, esporádica. Mas, para cada um de nós, é uma realidade. Um dos motivos pelos quais não lidamos com a tentação de forma mais eficaz é nossa recusa em admitir que temos um problema. A busca exagerada de autogratificação colocou o homem na estrada da autodestruição. O pior, é que muitos se recusam a admitir isso. Não param para pensar e não percebem o que estão fazendo a si mesmos. 
A Bíblia nos mostra um exemplo de como não devemos proceder e quais as conseqüências quando não encaramos as nossas fraquezas. Vamos examinar a vida de Sansão. Ele era filho de um pobre casal judeu, morava junto à fronteira com os filisteus, pertencia a tribo de Dã, a mais fraca das tribos de Israel. Que ironia! O homem mais forte que já viveu na face da Terra nasceu da tribo mais fraca de Israel.
Sansão era um jovem valente com um futuro promissor. A despeito da pobreza de sua família e da fraqueza de sua tribo, Sansão recebeu do Espírito de Deus uma força sobre-humana. 
Antes mesmo do seu nascimento, o anjo do Senhor apareceu à sua mãe e anunciou que ele seria nazireu (separado). Esses eram os sinais externos de seu compromisso com Deus. O voto de nazireu consistia de três rigorosas proibições: não tocar ou comer nada “impuro”; não beber vinho ou qualquer outra bebida fermentada; não cortar o cabelo.
Mas Sansão começou a fazer escolhas erradas, viu uma moça filistéia, em Timna, e se apaixonou por ela. Sua maior fraqueza ficava evidente: gostava de mulheres bonitas. Apaixonou-se tão loucamente pela moça de Timna, que, praticamente, perdeu o juízo. 
Sempre que colocamos o prazer acima dos valores, estamos procurando confusão. É só uma questão de tempo para que o desastre aconteça. O egoísmo, a lascívia e o orgulho de Sansão o arruinariam.
Sua força vinha de Deus, não do comprimento de seu cabelo, que era apenas um símbolo externo do chamado de Deus em sua vida.
Foi com os pais para Timna, Sansão demorou enquanto estava junto às vinhas da cidade. Ele está passeando num lugar de tentação e vulnerabilidade. Um leão saiu do meio das vinhas e o atacou. O Espírito do Senhor se apossou dele tão vigorosamente, que Sansão agarrou o leão e “o rasgou como quem rasga um cabrito, sem nada ter na mão” (Juízes 14.6).
Sansão não contou nada aos seus pais. Por quê? Porque não queria admitir sua vulnerabilidade.
Queda livreMesmo sem a aprovação de seus pais, Sansão se casa com uma incrédula. Foi o primeiro passo em direção à queda. Sansão continuava a não encarar as suas fraquezas.
Sansão novamente passa pela vinha e encontra a carcaça do leão, dentro havia mel e ele come. Sansão acabara de violar a primeira condição de seu voto de nazireu.
Esse incidente exemplifica as características da alma e do caráter dele. Sansão deixava que seus sentimentos o dominassem. Era um homem de grande força física, mas não conseguia controlar seus apetites carnais. Desejou a moça. Brincou com a tentação. Desrespeitou sua herança espiritual. Violou seus votos religiosos e quebrou suas promessas. Uma violação foi puxando a outra.
Na festa de despedida de solteiro (mishteh), provavelmente Sansão bebeu e, conseqüentemente, acabara de violar a segunda condição de seu voto de nazireu.
Como muitos crentes, agiu exatamente contrário ao voto que fizera. Assim que quebramos nossas promessas e violamos nossos votos, nos sentimos culpados. E as pessoas culpadas se tornam arrogantes, negativistas, críticas e até hostis. Um passo em falso leva a uma queda livre.
A moça com quem havia se casado revela um segredo para os filisteus e Sansão foi traído pela primeira vez. Fazia apenas uma semana que estava casado e já desprezava a mulher. Na raiva, saiu apressadamente do lugar, antes de consumar seu casamento. E, segundo os costumes da época, a moça foi dada em casamento a seu amigo. Quando Sansão finalmente retornou a Timna, ficou surpreso ao encontrar sua “esposa” casada com outro. Ficou com muita raiva e põe fogo nas plantações de figo, vinhas e olivais dos filisteus. Os filisteus matam sua ex-esposa e tentam prender Sansão e ele acaba matando mil filisteus.
Será que um dia aprenderemos? Passaram-se vinte anos entre seu casamento com a moça de Timna e seu envolvimento com Dalila. A maior tragédia da vida de Sansão foi que ele não aprendeu sua lição da primeira vez. A velha fraqueza continuava lá: a lascívia de seu coração, o desejo de seus olhos e sua vontade de satisfazê-los. Essas fraquezas, mais cedo ou mais tarde, iriam custar-lhe tudo o que tinha. Novamente se apaixona por uma filistéia (Dalila) e também é traído por ela. O comprometimento leva à capitulação. Assim que damos o primeiro passo rumo à encosta escorregadia do pecado, é difícil recobrarmos o equilíbrio. 
:: Por Newton R. Silva Júnior (Extraído do Site Lagoinha.com)