terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Amar Completamente explorando as profundezas do perdão - Oceano

Quem não consegui perdoar destrói a ponte sobre a qual terá de passar. George Herbert

Quem é destituído do poder de perdoar não tem poder de amar. Martin Luther King Jr


Quando vou à praia percebo que muitas pessoas visitam o litoral, mas não entram na água. Ficam  deitadas em toalhas e esteiras. Outras entram no mar e brincam um pouco, mas nunca se aventuram muito longe da areia. Também existem os que levam a coisa a sério. Colocam máscara, pés de pato e respirador e, aparentemente, vão até o fundo. Mesmo assim, estão apenas na superfície.
Eu e minha família gostamos de mergulhar e alguns anos atrás fizemos um curso de mergulho. Aprendi logo de início que um mergulhador pode descer com segurança até cerca de quarenta metros. Num primeiro momento isso parece fundo, mas pense um pouco. O lugar mais profundo dos oceanos são as Fossas das Marianas, com quase 11 mil metros de profundidade. São onze quilômetros para baixo. E nós podemos mergulhar apenas quarenta metros!
O amor de Deus é semelhante. Normalmente brincamos apenas um pouco na superfície, mas ele oferece um nível completamente diferente de profundidade na vida. Se tivéssemos apenas um mês para viver, aposto que a maioria das pessoas acabaria aventurando-se em águas mais profundas, percebendo que a única maneira de estar em paz é confessar os pecados e sentir o perdão e a misericórdia que Ele tão gratuitamente nos oferece.
Os pecados, as falhas e os fracassos não desaparecem sozinhos – ou nós confessamos ou os suprimimos. A chave para a maneira como vivemos nesta terra resume-se basicamente a como experimentamos o perdão e a como o estendemos a quem está ao nosso redor.

Vale a pena refletir
Se você tivesse apenas um mês para viver, pelo que pediria perdão? A quem? A quem precisaria perdoar?

ABAIXO DA SUPERFICIE
Um mergulhador de águas profundas, em um traje pressurizado e especialmente planejado, pode descer muito mais fundo – cerca de 300 metros. A oração do Senhor funciona da mesma maneira. Ela nos permite ir muito mais fundo e assim chegar até o cerne do que mais importa: o perdão
“Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém’. Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mt 6: 9-15)
Por mais familiar que seja essa passagem, com que frequência realmente consideramos o que estamos orando? Nós realmente queremos que Deus responda à parte em que oramos “perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”?
É como tentar ver claramente nas profundezas do mar. Para ver qualquer coisa abaixo da superfície do oceano, você precisa de uma máscara. Na superfície não há razão logica para perdoar alguém que me feriu. Mas quando olho por baixo da superfície, a Bíblia me dá razões para perdoar.
A primeira é que Cristo ordena isso. A outra razão é simples: nossa própria sobrevivência depende disso. Quanto mais fundo você mergulhar no oceano do ressentimento, mais sentirá a pressão e o estresse. Por fim, a pressão ficará tão grande que seus relacionamentos, sua alegria e sua saúde serão esmagados.

Vale a pena refletir
Como você tem sentido os resultados da amargura da vida? Quais foram as consequências físicas? Qual o impacto atual da amargura sobre você? De que maneira ela está relacionada à sua habilidade de perdoar e ser perdoado?

NÃO PRENDA A RESPIRAÇÃO
Quando estamos mergulhando em águas profundas e respiramos por meio de um tanque de oxigênio, o ar naturalmente enche os pulmões. Se a pessoa prende a respiração enquanto está subindo para a superfície, o ar se expande distendendo os pulmões e ferindo a pessoa.
A regra número um para mergulhar fundo na vida é nunca reter a amargura. Muitas vezes os frutos da amargura são plantados com as sementes da ira. “Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem lugar ao diabo” (Ef. 4. 26-27). Paulo disse que jamais devemos reter a ira por mais de 24horas. Por quê? Porque se você permitir que a ira sobreviva por mais de um dia, ela se transforma: a ira se torna amargura. Se não exalar o ressentimento, você acabará explodindo.
Quando revelo meu coração à Deus, a cura se inicia. Exalo a amargura e, então posso inspirar o perdão. Deus diz que você precisa perdoar para seu próprio bem, porque a amargura bloqueia a benção que ele deseja derramar sobre sua vida.
Jesus foi nosso maior exemplo de alguém que respira perdão. Em um de seus últimos suspiros na cruz, ele orou dizendo: “Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lc23.24). É daí que vem o poder para perdoar – da percepção de que recebemos o perdão primeiro, por meio do sacrifício de Cristo na cruz.

SOLTE A ÂNCORA
Quando não pedimos nem abraçamos o perdão que tão livremente nos é dado, começamos a afundar. Pense nisso, nossos erros, pecados e fracassos do passado – como uma grande âncora que nos puxa para baixo. Algumas pessoas estão de tal modo acostumadas a arrastar essa âncora de culpa atrás de si que dificilmente se lembram de que ela existe. Todavia, seus efeitos são devastadores – ansiedade, depressão, insônia, hipertensão e úlceras. A culpa pode envenenar todas as áreas de sua vida.
A boa notícia é que, por causa do presente de Deus, você não tem de arrastar por ai a âncora de culpa que o leva para baixo. “De novo terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Mq 7:19). Quando você leva a âncora de culpa a Deus, Ele remove de você e a lança no mais profundo oceano de seu perdão.
Enquanto não sentir a plenitude da graça e do perdão de Deus, você nunca será capaz de perdoar plenamente os outros. Perdoar não é fingir que você não foi de fato magoado, não é suavizar a ofensa. Perdoar significa mergulhar fundo na honestidade e verdadeiramente dizer: “o que você me fez me magoou profundamente, mas escolhi perdoá-lo pelo poder de Deus”.
Perdoar de fato é como nadar em um oceano muito profundo, como jamais poderíamos imaginar. Significa sentir uma onda de amor que lava nossos pecados, nossa culpa e nossa amargura. Se tivesse apenas um mês para viver, você não gostaria de ser levado para além das águas rasas, na direção do profundo oceano purificador do perdão?

PARA TODA VIDA
1. Faça uma lista das pessoas que você precisa perdoar. Escreva a ofensa – aquilo que elas fizeram que o magoou – ao lado do nome da pessoa. Depois faça uma lista de todas as pessoas a quem você precisa pedir perdão. Ao lado de cada nome, descreva resumidamente como a feriu. Finalmente, passe um tempo em confissão a Deus. Peça que o poder de Cristo lave, banhando-o com o perdão de Deus que capacita a perdoar os outros.

2. Escreva uma carta a Deus e derrame tudo sobre ele. Fale de tudo aquilo que o tem deixado irado, tudo o que você guarda contra ele, bem como todas as coisas com as quais está preocupado. Seja honesto e confie que ele saberá lidar com qualquer coisa – tudo mesmo – que você desejar sobre ele, por mais sombria, desesperada ou questionadora que seja. Então, peça que ele cure seu coração enquanto você rasga a carta.

3. Escolha uma linda fotografia, uma concha ou outra coisa que represente um oceano. Coloque-a num lugar de destaque como lembrete para pedir a Deus seu perdão e perdoar diariamente aqueles que estão a sua volta.

Nenhum comentário:

  Como está a saúde? Respirando primeiro Essa é sua vida. Você é o que deseja ser? Por: Switchfoot Em caso de despressurização da cabine, má...