quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Alegria

Imagine seis homens andando por um caminho estreito. [Eles têm] o rosto ansioso, mas comum. Seu líder é confiante, mas desconhecido. Chamam-no Rabi; ele mais parece um operário. E é como deveria parecer, pois passou muito mais tempo trabalhando que ensinando. Essa semana, porém, o ensino começou.
Para onde eles vão? Ao templo para adorar? À sinagoga para ensinar? Às colinas para orar? Ninguém sabe dizer, mas cada um tem sua opinião.
Talvez tenha sido André quem perguntou:
— Então, Rabi, para onde está nos levando? Ao deserto?
— Não — opina outro — ele está nos levando ao templo.
Então um coro de confusão irrompe e só termina quando Jesus ergue a mão e diz calmamente: Estamos indo a um casamento.
— Por que iríamos a um casamento?
Boa pergunta. Por que Jesus, em sua primeira jornada, leva seus seguidores a uma festa? Acaso não tinham trabalho a fazer? Ele não tinha princípios a ensinar? O tempo não era limitado? Como um casamento se encaixaria em seu propósito na terra?
Por que Jesus foi ao casamento?
A resposta está em João 2.2: “Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento”.
Grande coisa? Penso que sim. Penso que é significativo que as pessoas comuns numa cidade pequena apreciassem a presença de Jesus. Penso que é digno de nota o fato de o Todo-poderoso não agir com arrogância. O Santo não era santarrão. Aquele que tudo sabia não era um sabichão. Aquele que fez as estrelas não tinha a cabeça nas alturas. Aquele a quem tudo pertence nunca se vangloriou.
Jesus era um sujeito simpático. E seus discípulos também deviam ser. Não estou falando de libertinagem, embriaguez e adultério. Não estou endossando transigência, grosseria ou obscenidade. Estou apenas defendendo a liberdade de apreciar uma boa piada, animar uma festa maçante e desfrutar uma noite divertida.
Éramos bons nisso. O que aconteceu conosco? O que aconteceu com a alegria pura e o riso alto? São as nossas gravatas que nos sufocam? São os nossos diplomas que nos dignificam? É o banco da igreja que nos enrijece? Tenho de confessar: há um bom tempo não me acusam de excesso de diversão. E você?

Trecho de QUANDO DEUS SUSSURRA O SEU NOME» (Evangelho de João – quando Deus se fez homem, Max Lucado). 

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