A palavra “esperança” existe na maioria dos idiomas, o que sugere que nenhuma cultura consegue viver sem esperança. Na Bíblia, ela é usada mais de 100 vezes, e o que mais chama a atenção é que a esperança bíblica não é fruto de pensamento positivo. Não é algo que as pessoas têm em si mesmas nem uma força especial que alguns recebem ao nascer.
A esperança é algo que as pessoas desenvolvem em sua relação om Deus. Três coisas se destacam na esperança segundo a Bíblia. Primeiro, as pessoas esperam a solução de seus problemas em Deus. O salmista diz:
“Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dEle vem a minha esperança” (Salmo 62:5). “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor” (Salmo 146:5).
As pessoas trabalham e se esforçam, mas contam com o poder de Deus ao enfrentar e superar os desafios e os perigos da vida. “Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças. Subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão” (Isaías 40:31).
Além disso, os personagens bíblicos consideram Deus como sua própria esperança. No Salmo 65:5, lemos: “Ó Deus, Salvador nosso, esperança de todos os confins da terra.” O profeta Jeremias diz: “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jeremias 17:7). Deus é a própria esperança no sentido de que Ele é a fonte do poder desejado e esperado.
Um terceiro aspecto importante da esperança é que ela leva as pessoas
a ter confiança em relação ao futuro. Os filhos de Deus vivem intensamente
o presente, mas eles sabem que a vida não se restringe a esta Terra.
Há uma realidade superior e eterna depois desta. O próprio Deus afirma:
“Há esperança para o teu futuro” (Jeremias 31:17). As promessas de Deus
são fonte de esperança e certeza.
Portanto, a expectativa daqueles que têm esperança em Deus é tremendamente
positiva. Por isso, eles enfrentam os desafios com otimismo
e reúnem mais forças em todos os sentidos, conforme comprovam as pesquisas
mencionadas. A esperança tem poder.
Paulo fala da esperança da ressurreição” como um tesouro para os cristãos
(Atos 23:6; 24:15). O apóstolo estava seguro de que, por ocasião da
segunda vinda de Cristo, vai se concretizar a “esperança da glória de Deus”
com o estabelecimento de Seu reino eterno (Romanos 5:2). Nesse evento,
toda a “criação será redimida do cativeiro da corrupção” (Romanos 8:21).
Essa expectativa positiva acerca do reino
de Deus, com toda a Terra restaurada em
uma vida livre da morte e do mal, diferencia
os portadores da esperança daqueles que não
têm esperança e vivem “sem Deus num mundo”
dominado pela tragédia (Efésios 2:12). Sem
Deus, o pessimismo domina o mundo, que
segue sua história de guerra em guerra. Os
jornais noticiam a violência, a crise da ecologia
e a corrupção. Assim, a esperança perde espaço e o medo do futuro
toma conta dos corações. Por isso, o filósofo alemão Arthur Schopenhauer
diz que viver é sofrer, com pequenos instantes de felicidade, o que leva a
considerar a vida absurda e vazia. Assim, para muitos, não temos motivo
para ter esperança no mundo.
Deus, porém, rompeu com a marcha do mundo e derramou a esperança
viva em nosso coração. Desta forma, a segunda vinda de Cristo
em glória e majestade é considerada pelo apóstolo Paulo como a “bendita
esperança” (Tito 2:13). Por causa da ressurreição de Cristo, testemunhada
por uma multidão de mais de 500 pessoas (1 Coríntios 15:6),
Pedro diz que Deus “nos regenerou para uma viva esperança, mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1:3). Essa esperança
é viva porque está estabelecida nas promessas de um Deus vivo, o
qual é a própria personificação da esperança. Paulo diz que “Cristo em vós”é “a esperança da glória” (Colossenses 1:27), sendo Ele mesmo a “nossa
esperança” (1 Timóteo 1:1).
Há um famoso e tradicional cântico cristão que diz: “Porque Ele vive
posso crer no amanhã. Porque Ele vive temor não há...” Tudo o que desejamos
são dias melhores, dias de paz, dias de segurança e justiça. Esse
tempo ainda não chegou, mas esperamos e sabemos com todas as forças
do nosso ser que vai chegar porque o Deus vivo assim prometeu.
Foi Jesus que inspirou João a escrever: “Deus limpará de seus olhos
toda lágrima e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor,
porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4, ARC). Essa
promessa enche nosso coração de uma esperança que se renova a cada
manhã. A volta de Jesus em glória e majestade é a mais preciosa promessa
de toda a Bíblia. É nela que todas as demais promessas estão alicerçadas,
e é nela que você deve se apegar cada dia.
Essa esperança não pode desapontar porque está firmada em um
Deus vivo. No filme de Emmerich, a esperança do jovem Sam não estava
fundada em um mero sentimento ou pensamento positivo, mas em uma
promessa feita por alguém que ele conhecia bem: seu pai. Assim é a esperança
em Cristo, que não desaponta porque está firmada na promessa de
um Deus vivo, nosso Pai.
A esperança que liberta está alicerçada na verdade da Palavra de Deus.
De que vale uma esperança sem fundamento? De que adianta alguém
se iludir com algo que nunca acontecerá? A esperança que alimenta o
coração precisa ser confiável e estar fundada na promessa do Deus Todo Poderoso.
Precisamos da esperança viva, que não desaponta porque está
firmada na verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário