segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Uzá!

A história de Uzá e a Arca da Aliança é encontrada em 2 Samuel 6:1-7 e 1 Crônicas 13:9-12. A arca estava sendo transportada, os bois que puxavam a arca tropeçaram, e um levita chamado Uzá segurou a arca. A ira de Deus se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu e ele morreu. O castigo de Uzá parece ser extremo para o que poderíamos considerar uma boa ação. Entretanto, existem razões pelas quais Deus tomou uma ação tão severa.

Deus tinha dado a Moisés e a Arão instruções sobre a Tenda do Encontro e o transporte da Arca da aliança. “Quando Arão e seus filhos, ao partir o arraial, acabarem de cobrir o santuário e todos os seus móveis, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas nas coisas sagradas não tocarão, para que não morram; esse é o cargo dos filhos de Coate na tenda da revelação.” (Números 4:15). Mesmo que cheio de boas intenções, tocar na arca era violar a Lei de Deus e o resultado foi a morte. 

Davi levou homens com ele para coletar a arca, ao invés de deixar Abinadabe e seus filhos trazerem a ele. Isso foi um grande erro, uma vez que a arca nunca deveria ter sido colocada em um carro, novo ou velho. Ela deve ser transportada sobre os ombros de homens, e somente pelos levitas, e aqueles da família de Coate (Êxodo 25:12-14; Números 7:9), utilizando as varas determinadas. Falhar em seguir as instruções precisas de Deus é visto como:
(a) falta de reverência à Palavra de Deus quando Ele as disse através de Moisés, a quem Ele havia apontado; 
(b) ter uma atitude independente, que pode beirar a rebelião, isto é, ver e agir sobre as coisas de uma perspectiva mundana, em vez de espiritual;
(c) desobediência.

A arca tinha ficado por um período de tempo na casa de Abinadabe (2 Samuel 6:3), onde seus filhos, Uzá e Aiô, devem muito bem ter se acostumado com a sua presença. Há um velho ditado, “familiaridade gera desprezo”, que pode ser aplicado neste caso. Uzá, tendo ficado com a Arca em sua própria casa, poderia, muito provavelmente, esquecer a santidade que ela representava.  Há momentos em que nós, também, deixamos de reconhecer a santidade de Deus, tornando-nos muito familiarizado ela, e passando a ter uma atitude irreverente.

"Deus vem com suas próprias condições, ele não se adéqua às nossas conveniências."

O relato nos diz que os bois tropeçaram.  Uzá, por um momento, sentiu que era sua responsabilidade salvar a integridade de Deus, e que o nosso Deus Todo-Poderoso de alguma forma, precisava da ajuda de Uzá. Ele presumiu que, sem sua intervenção, a presença de Deus seria atingida. Moisés perdeu o direito de entrar na terra prometida, porque ele achou ser necessário a sua intervenção quando ele bateu na rocha, em vez de falar a ela como Deus havia ordenado (Números 20:7-12). Precisamos ouvir atentamente o que Deus tem a nos dizer, e em obediência nos esforçamos para fazer tudo o que Ele ordena. Sim, Deus é amoroso e misericordioso, mas Ele também é santo e Ele defende a Sua santidade com o Seu poder, e afrontas à Sua Santidade por vezes, pode trazer a Sua Ira santa. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 11:31)

Algo da presença de Deus na Arca da Aliança parece estar perdido na igreja de hoje. No tempo de Moisés, o povo conhecia a grandiosidade da absoluta santidade de Deus. Eles haviam testemunhado grandes milagres quando a arca estava com eles. Eles respeitavam que os pensamentos de Deus são mais altos do que os nossos pensamentos. (Isaías 55:8-9). Na verdade, quanto mais tentamos trazer Deus para o nosso modo mundano de pensar e raciocinar, mais longe ele nos vai parecer. Aqueles que se aproximam de Deus em reverência e santo temor terão a Sua presença. Uzá esqueceu essa lição, e as consequências foram trágicas.

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