quinta-feira, 2 de março de 2017

A loja do ferreiro

 Na loja de um ferreiro existem três tipos de ferramentas. Na pilha de lixo existem ferramentas: ultrapassadas, quebradas, sem corte, enferrujadas. 
Elas são colocadas num canto, cobertas por teias de aranha, sem uso para o seu mestre e suas utilidades são esquecidas. Na bigorna existem ferramentas: derretidas, fundidas, moldáveis, alteráveis. 
Elas ficam na bigorna, sendo modeladas pelo seu mestre, aceitando o seu desígnio. Existem ferramentas de muita utilidade: afiadas, preparadas, definidas, movíveis. 
Elas ficam prontas na caixa de ferramentas do ferreiro, disponíveis para o seu mestre, cumprindo o seu desígnio. Algumas pessoas ficam sem uso: vidas quebradas, desperdiçando talentos, fogo apagado, sonhos destruídos. 
Elas são rendidas como os fragmentos de ferro, em desesperada necessidade de reparos, sem noção de propósito. Outras ficam na bigorna: corações abertos, famintos para mudar, ferimentos sendo curados, visões tornando-se claras. Elas dão boas-vindas às dolorosas pancadas do martelo do ferreiro, desejando serem refeitas, suplicando para serem utilizadas. Outras repousam nas mãos do seu Mestre: bem-sintonizadas, determinadas, polidas, produtivas. 
Elas respondem de antemão ao seu Mestre, sem pedir nada, entregando tudo. Todos nós nos encontramos em algum lugar da loja do ferreiro. 
Ou nós estamos na pilha (monte) de fragmentos, ou na bigorna das mãos do Mestre, ou na caixa de ferramentas. (Alguns de nós nos encontramos nos três lugares.) Nesta coleção de escritos, faremos um passeio pela “loja”. Nós examinaremos todas as ferramentas e olharemos em todos os cantos. desde as prateleiras até a bancada de trabalho; desde a água até o fogo... 
E tenho certeza de que você se verá em algum lugar. Descobriremos o que Paulo quis dizer quando falou em se tornar “um instrumento para nobres propósitos”. E que se tornar é isto: a pilha de lixo de ferramentas quebradas, a bigorna de refundição, as mãos do Mestre – esta é uma viagem simultaneamente prazerosa e dolorosa. Para você que faz a viagem – que deixa a pilha (monte) e entra no fogo, ousa-se a ser martelado na bigorna de Deus, e obstinadamente procura descobrir o seu propósito –, tenha coragem, pois você aguarda pelo privilégio de ser chamado “instrumento escolhido de Deus.”

Extraído do Livro de Max Lucado: Moldados por Deus!

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