segunda-feira, 6 de março de 2017

O profeta Jonas

TEXTO BÍBLICO – JONAS 1.1-17
                  1.1   Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 1.2  Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. 1.3   Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR. 1.4   Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar. 1.5   Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente. 1.6   Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos. 1.7   E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 1.8   Então, lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu? 1.9   Ele lhes respondeu: Sou hebreu e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra. 1.10   Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram: Que é isto que fizeste! Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do SENHOR, porque lho havia declarado. 1.11   Disseram-lhe: Que te faremos, para que o mar se nos acalme? Porque o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso. 1.12   Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade. 1.13   Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso contra eles. 1.14   Então, clamaram ao SENHOR e disseram: Ah! SENHOR! Rogamos-te que não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve. 1.15   E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. 1.16   Temeram, pois, estes homens em extremo ao SENHOR; e ofereceram sacrifícios ao SENHOR e fizeram votos. 1.17   Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe.
                 
                  
                  
                  QUEM ERA JONAS v.1
                  1.1   Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
                  O nome Jonas, “Yonah” no hebraico, significa “pomba”. Mas a vida de Jonas nega o seu nome. Gavião teria sido mais apropriado. Longe de ser um homem pacífico, Jonas está em guerra com Deus e com as pessoas. E um pregador que deseja ver a morte e a destruição dos seus ouvintes e não a salvação deles. Jonas demonstra em seu temperamento um homem emburrado, sem misericórdia, e mal-relacionado com Deus. Jonas está em descompasso com o seu significado. Pomba também é um símbolo da “paz”. Todavia, Jonas está em conflito com Deus, consigo e com os ninivitas.
                  O pai de Jonas (1.1). Jonas era filho de Amitai, cujo significado é “verdade”. Certamente o nome do seu pai demonstra o compromisso de sua família com a Palavra de Deus. Jonas cresceu num lar onde a verdade foi ensinada
pela instrução e pelo exemplo. Os estudiosos crêem que ele era um dos alunos da escola de profetas de Eliseu. Ele cresceu sob a influência espiritual desses grandes gigantes de Deus.
                  Jonas foi um profeta galileu, nascido na vila de Gate-Hefer, a sete quilômetros de Nazaré, e viveu no século oito antes de Cristo e profetizou a expansão do Reino do Norte sob o governo de Jeroboão II. Filho de Amitai, foi contemporâneo dos profetas Amós e Oséias.
                  Jonas é um livro diferente dos demais livros proféticos. O livro é mais uma narrativa da experiência do profeta Jonas do que oráculos divinos pregados pelo profeta Jonas. Os outros profetas falam da parte de Deus ao povo. Jonas conta sua experiência.
                  A historicidade de Jonas é atestada tanto no Antigo Testamento: 14.25  Restabeleceu ele os limites de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da Planície, segundo a palavra do SENHOR, Deus de Israel, a qual falara por intermédio de seu servo Jonas, filho de Amitai, o profeta, o qual era de Gate-Hefer. (2Rs 14.25)
                  Quanto no Novo Testamento, Jesus citou Jonas como um personagem histórico, fazendo referência aos três dias e três noites que passou no ventre do grande peixe como um símbolo do Seu sepultamento e ressurreição: 12.39   Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas. 12.40   Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. 12.41   Ninivitas se levantarão, no Juízo, com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas. (Mateus)



                  A MISSÃO DE JONAS v.2
                  1.2   Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
                  A comissão que Jonas recebe de Deus é soberana, árdua, clara e urgente. O profeta Jonas recebe diretamente de Deus a missão de advertir a Nínive da consequência de seus maus caminhos.
                  Nínive era a maior cidade do mundo naquela época. A enormidade da cidade é um fato tão importante, que o livro de Jonas a destaca três vezes (1.2; 3.2; 4.11).
                  1.2   Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
                  3.2   Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo.
                  4.11   e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?
                  Era também a cidade mais perversa, violenta, e rendida ao pecado. Nínive era o maior antro de maldade, violência e feitiçaria da época. Deus envia Jonas para a região mais tenebrosa do mundo.
                  Deus não apenas envia Jonas a Nínive, mas o envia para uma missão específica: clamar contra ela. Jonas recebe a missão de denunciar o pecado de Nínive e anunciar contra ela o justo juízo de Deus.
                  Os pecados dos ímpios ofendem a Deus, pois Ele é santo e justo e nao pode aceitar o mal. O pecado é uma abominação para Deus e deve ser reprovado em todo lugar e em todos os tempos.
                  O pecado de Nínive havia subido à presença de Deus. O mau cheiro da malícia de Nínive chegara até o céu e provocava náuseas em Deus. O Senhor não podia mais tolerar a iniquidade daquela grande cidade.


                  A FUGA DE JONAS v.3
                  1.3   Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.
                  O motivo que leva um homem a fugir da presença de Deus é sempre ruim. O método que o homem adota para fugir da presença de Deus é sempre absurdo. A impossibilidade de fugir da presença do Senhor é óbvia e as consequências de se tentar fugir da presença de Deus são sempre muito problemáticas.
                  139.1   SENHOR, tu me sondas e me conheces. 139.2   Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. 139.3   Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. 139.4   Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda. 139.5   Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão. 139.6   Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir. 139.7   Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? 139.8   Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; 139.9   se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, 139.10   ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
                  Jonas não tem intenção alguma de obedecer às instruções de Deus. Convocado para ir ao leste, ele prefere fugir para a direção oposta, ao oeste. O destino da sua escolha é a cidade de Társis.
                  


                  Por que Jonas decidiu ir para Társis?
                  Porque Társis ficava no fim do mundo (Is 66.19a). Ela ficava na região mais remota do planeta daquela época, cerca de quatro mil quilômetros de distância de Jope. Társis era o último e mais longínquo lugar conhecido onde os navios fenícios podiam conduzir Jonas. A viagem para lá durava pelo menos um ano. Era o fim da linha. Era o fim do mundo. Jonas pensou que pudesse se colocar fora da jurisdição do Senhor.
                  Porém, Társis não estava apenas no fim do mundo, mas na direção oposta a Nínive. Nínive ficava ao leste da Palestina e Társis ao oeste. Jonas não queria apenas afastar-se de Deus, mas caminhar exatamente em direção totalmente oposta à vontade de Deus.


                  FACILIDADES PARA FUGIR DE DEUS
                  1.3   Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR
Quando Jonas sai de sua vila em Gate-Hefer, no alto das montanhas da Galiléia, ele desce para Jope, às margens do mar Mediterrâneo. Em Jope ficava um porto importante, o único ancoradouro natural no litoral da Palestina ao sul da baia de Akko.
                   Era um importante porto marítimo da região. Nele Jonas encontra um navio que está de saída paraTársis. Ele tem o dinheiro para pagar a passagem e há passagem disponível para ele. Jonas embarca em segurança para o destino mais distante daquela época:.


                  “Toda vez que o homem pensa em navegar para longe de Deus, o diabo tem sempre um barco pronto.” (Billy Graham)
                  Jonas podia raciocinar que tudo estava dando certo para ele cumprir seu plano de fugir e escapar da sua missão. Tudo parecia uma feliz coincidência. Ele tinha o dinheiro para pagar a passagem, o navio está saindo exatamente para o fim do mundo, e ainda mais, Deus poderia levantar outro profeta para cumprir aquela missão. Com esses argumentos latejando em sua mente, Jonas fugiu!


                  QUAL ERA O PROBLEMA DE JONAS COM NÍNIVE
                  Na concepção de Jonas, a salvação de Nínive podia ser a derrota de Israel. A vida de Nínive podia trazer morte para o seu povo. Cumprir a missão em Nínive era trabalhar contra o seu povo, pensava Jonas. A missão de Jonas em Nínive era aos seus olhos uma missão suicida. Ele estava disposto a morrer, mas não a ver sua nação de Israel sucumbir sob o poder de Nínive.
                  Os exércitos assírios, avançando contra cidades, eram tão truculentos e perversos que algumas cidades ao verem que seriam invadidas cometiam suicídio coletivo em vez de cair nas mãos dos brutais assírios.
                   Jonas fugiu porque conhecia bem a Deus. De bom grado Jonas teria saído de Israel e viajado a Nínive para pregar a condenação daquela grande cidade. O que assustava Jonas não era anunciar o juízo nas ruas de Nínive, mas
a possibilidade dos ninivitas se arrependerem e de Deus suspender o castigo e enviar Sua misericórdia.
                  Jonas conhecia a Deus e sabia que se pregasse a mensagem de julgamento em Nínive e o povo da cidade se voltasse para Deus em arrependimento, Deus não o julgaria, mas o salvaria. Foi esse o grande impedimento de Jonas a cumprir voluntariamente a sua missão em Nínive.
                  O livro de Jonas é um livro de um missionário que não quer fazer missão.
                  4.2   E orou ao SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
                 

                  DEUS PROCURANDO JONAS v.4
                  1.4   Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar.
                  Jonas pensou que o mar seria sua rota de escape, mas Deus estava no mar. Jonas quis fugir de Deus através do mar, mas Deus enviou a tempestade atrás dele no mar. O vento e o mar estavam a serviço de Deus, enquanto Jonas, o profeta, procurava fugir de Deus.
                  Deus não enviou a tempestade para destruir Jonas, mas para fazê-lo retornar ao caminho certo. As tempestades de Deus são pedagógicas, elas nos tomam pela mão e nos colocam no caminho de volta para Deus.
                  Os marinheiros, acostumados com as tempestades do Mediterrâneo, sabiam que aquela não era uma tormenta comum, por isso passaram a invocar os seus deuses e a lançar a carga do navio ao mar para aliviar o peso e evitar o naufrágio.


                  CAUSANDO PROBLEMAS v.5
                  1.5   Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente.
                  Aqueles que são chamados para serem uma bênção, quando andam pela estrada da desobediência se tornam maldição. Um servo de Deus na rota da fuga é um causador de tempestades.
                  Os marinheiros discernem que havia uma causa espiritual por trás daquela situação. Eles percebem que algo precisava ser feito para aplacar a fúria do mar. Eles buscam resposta em suas preces. Enquanto os pagãos se movimentam, Jonas dorme, à medida que eles enfrentam o problema, Jonas se esconde.
                  Jonas é um provocador de tempestades e um causador de prejuízos materiais. Os marinheiros perderam a carga do navio e quase perderam a vida. Houve atraso na viagem e muito dano material. Houve perdas imensas causadas pela desobediência de Jonas.
                  Sua reação é entrar num sono depressivo: 1.5   Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente.
                  Jonas procura esconder-se no porão do navio. Ele não queria ser percebido. Queria viajar escondido. Estava disposto a amordaçar a própria consciência e a calar a voz do dever. O esconderijo de Jonas, porém, é descoberto. A tempestade alcança o mar e os marinheiros encontram Jonas.
                  Os pagãos oram fervorosamente aos seus deuses enquanto Jonas dorme o sono da indiferença. Jonas ronca enquanto os pagãos buscam socorro. Enquanto os pagãos ansiavam por viver e lutavam com bravura por sua vida, Jonas se auto-sepulta num sono de desistência da vida.
                  Deus não deixou Jonas no anonimato. Deus arrancou a sua máscara e removeu o véu que o escondia. Os pagãos lançaram sortes e o azar foi de Jonas. Não foram os pagãos que descobriram Jonas, foi Deus quem entregou Jonas a eles.
                 

                  JONAS CONFRONTADO v.6-8
                  1.6   Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos. 1.7   E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 1.8   Então, lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu?
                  Jonas não prega aos ímpios, mas os ímpios exortam a Jonas: “Levanta-te, invoca o teu deus...” (1.6). Que vergonha, um pagão ter de chamar um profeta de Deus para orar! Como o muçulmano, com seus cinco períodos diários de oração deixa a nós, os crentes, com a cara no chão! Há entre nós os que não lembram de elevar seus corações a Deus uma vez por dia?
                  Lançar sortes não era contra a vontade de Deus. Observe-se o lançamento de sortes no caso de Acã (Js 7.16), na divisão da terra sob as ordens de Josué (Js 15.1), no caso da transgressão de Jônatas (ISm 14.36-42), e na escolha de Matias (At 1.26). Lemos: “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão” (Pv 16.33). Após a descida do Espírito Santo, no Pentecostes, não lemos de lançamento de sorte para o crente. A permanência do Espírito Santo agora é suficiente para a orientação na vida de cada crente, e é assim que Deus procede, de acordo com a Sua Palavra.
                  1.7   E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 1.8   Então, lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu?
                  Jonas assenta-se no banco dos réus e é intimado a responder às perguntas perturbadoras dos pagãos. Uma saraivada de perguntas é disparada contra Jonas, e a brevidade delas se explica pelas circunstâncias: Qual o seu trabalho? De onde você vem? De que terra você procede?
                  1.9   Ele lhes respondeu: Sou hebreu e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra.
                  Jonas é muito bem informado doutrinariamente. Sabe que Deus tem poder sobre o mar, sabe que é poderoso, mas não liga a mínima para isso. Conhece, mas não vive. Jonas confessa crer no Deus criador e soberano.           O problema é que ele prega uma coisa e vive outra. Sua teologia não está em sintonia com a sua prática. Assim, Jonas torna-se um ser ambíguo e contraditório. Ao mesmo tempo em que ele diz que teme a Deus, O desafia. Chama Deus de Senhor, mas se rebela contra Ele. Professa crer na majestade e soberania de Deus que criou o mar e a terra, mas tenta escapar de Deus com uma viagem pelo mar.
                  1.10   Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram: Que é isto que fizeste! Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do SENHOR, porque lho havia declarado. 1.11   Disseram-lhe: Que te faremos, para que o mar se nos acalme? Porque o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso. 1.12   Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade.
                  Quando os marinheiros lhe perguntaram o que deviam fazer, Jonas prontamente os orientou a jogarem-no ao mar. Para os marinheiros sobreviverem, a vida de Jonas precisaria ser sacrificada.
                  Esta é sua segunda reação de melancolia, de depressão.  Ele pede para que o joguem no mar. Respondeu-lhes: 1.12   Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade.     Quem sabe assim Deus teria pena dele. (guerra e guerra) “joguem-me ao mar”, é a recomendação suicida repleta de autocomiseração de quem quer magoar. Não importa se precisa morrer para chamar a atenção. Não importa se faço mal a mim mesmo, se ele tiver um pouco de amor por mim sofrerá.
                  1.13   Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso contra eles. 1.14   Então, clamaram ao SENHOR e disseram: Ah! SENHOR! Rogamos-te que não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve. 1.15   E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. 1.16   Temeram, pois, estes homens em extremo ao SENHOR; e ofereceram sacrifícios ao SENHOR e fizeram votos.
                  Os marinheiros corajosamente se esforçam para salvar Jonas. Mas lutaram em vão.
                  Se antes eles clamavam a seus deuses (1.5), agora, eles clamam ao Senhor (1.14).
                 


                  JONAS E O GRANDE PEIXE v.17
                  1.17   Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe.
                  O grande peixe não é uma lenda. Jesus referiu-se a Jonas no ventre do peixe três dias como um símbolo da Sua morte e ressurreição: 12.40   Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra.  (Mt 12.40). Assim como a morte e a ressurreição de Cristo foram reais, também o foram as milagrosas experiências vividas por Jonas. O grande peixe não tragou Jonas por acaso. Jonas foi apanhado por ordem expressa de Deus.
                  Deus montou uma operação resgate para trazer de volta o profeta ao centro da sua missão. O peixe foi o meio pelo qual Jonas foi salvo da morte por afogamento.
                  Sem dúvida, Jonas esperava morrer nas águas do mar, porém, quando acordou dentro de um peixe percebeu que Deus, por Sua graça, o havia poupado. O bilhete de passagem que Jonas adquiriu dava-lhe o direito de seguir até Társis, mas o Senhor modificou a sua viagem. Ela tomaria outra direção e outra condução: um grande peixe. A nova
condução de Jonas já o estava esperando.
                  Deus está no controle da História e também dos elementos da natureza. Deus governa soberanamente todo o universo. Não há um centímetro sequer deste vasto cosmos em que Deus não esteja presente fazendo cumprir Sua
vontade soberana. Não apenas Nínive estava sob o olhar de Deus, mas o vento, o mar, o peixe, e as plantas. O mesmo Deus que ama os ninivitas, também levanta uma tempestade no mar e prepara um grande peixe para tragar
Jonas. Vemos no livro do profeta Jonas que homens, peixes, vermes, animais e plantas estão a serviço de Deus. Ele domina sobre o mundo espiritual e o mundo material. Ele reina sobre o mundo humano, animal, e vegetal. Ele é o Deus das grandes e pequenas coisas. Ele se importa com uma grande cidade e até com os seus animais (4.11).
                 

                  CONCLUSÃO
                  No pequeno livro de Jonas Deus dá muitas ordens. A primeira é dirigida para o profeta: ele deveria viajar para nínive e anunciar a destruição da cidade (1.1-2). A segunda é dada ao vento: ele deveria provocar uma tempestade marítima (1.4). A terceira é dada a um grande peixe: ele deveria engolir por inteiro o profeta (1.17). A quarta é dada outra vez ao peixe: ele deveria vomitar Jonas em terra firme (2.10). A quinta é dada para uma planta: ele deveria crescer rapidamente para proteger o profeta do calor (4.6). A sexta é dada a uma pequena lagarta: ele deveria atacar a plante e fazê-la morrer (4.7). Todos obedeceram prontamente, exceto o profeta, que fugiu para Társis.
                  Talvez  você também tem fugido de Deus. E quando queremos fugir de Deus até as coisas podem parecer querer dar certo. Mas como de Deus não se foge, logo podemos trazer consequências para as pessoas que estão perto de nós. Porém, Deus não desiste de você e de mim. Ele move o céu e a terra para que a sua vontade seja cumprida.

                  Talvez hoje é o momento de você parar de fugir e dizer: Deus, estou aqui! Quero comprar a passagem para Nínive, para obedecer a sua vontade. Conte comigo em seu projeto. Faça de mim sua vontade.

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