sexta-feira, 1 de julho de 2016

Perdemos Nosso Critério

Quando eu tinha nove anos, elogiei um aeromodelo de meu colega. Ele tão-somente replicou:
— Eu o roubei.
Deve ter notado meu espanto, e perguntou-me:
— Você acha que isso foi errado?
Disse-lhe que sim, e ele respondeu-me simplesmente:
— Pode ser errado para você, não para mim. Não fiz mal a ninguém quando roubei o avião.
Conheço o dono. Ele é rico; pode comprar outro. Eu, não.
O que você me diz desse argumento? Se você não acredita na vida além das vigas do teto, tem pouco a dizer. Se não há um bem supremo por trás do mundo, então como definimos “bem” dentro do mundo? Se a maioria das opiniões determinam o bem e o mal, o que acontece quando a maioria está errada? O que você faz quando a maioria do grupo diz que não há problema em roubar, atacar, ou mesmo disparar armas de fogo de um veículo em movimento?
O mundo sem moral do hedonista pode ficar bem no papel, ou soar importante num curso de filosofia, mas e na vida? 
Chegue para o pai de três crianças, cuja esposa o abandonou, e diga-lhe: “Divórcio pode ser errado para você, mas para mim, está tudo certo”. Ou peça a opinião de uma adolescente grávida e amedrontada, para quem o namorado disse: “Se você tiver o bebê, a responsabilidade será sua”. Ou então pergunte a um aposentado, cuja pensão foi roubada por um mercenário que acreditava estar tudo bem, desde que não fosse apanhado.
Por outro lado, uma visão piedosa do mundo tem algo a dizer ao meu ladrão infantil. A fé desafia esses cérebros-de-grilo a responder por um critério superior, em vez de por uma opinião pessoal: “Você pode pensar que é certo. A sociedade pode achar que está tudo bem.
Porém o Deus que fez você disse: ‘Você não deverá roubar’ — e Ele não estava brincando”.
A propósito, siga o pensamento ímpio com a sua extensão lógica, e veja o que você ganha. O que acontece quando uma sociedade nega a importância do certo e errado? Leia a resposta na parede de uma prisão, em Poland: “Libertei a Alemanha da estúpida e degradante falácia de consciência e moralidade”.
Quem fez tal jactância? Adolf Hitler. Onde estão afixadas estas palavras?
Num campo de extermínio nazista. Os visitantes lêem a declaração, e então vêem os resultados: uma sala abarrotada com milhares de libras de cabelos de mulheres, salas cheias de retratos de crianças castradas, e fornos de gás que serviram para a solução final de Hitler.
Paulo descreve-o melhor: “Seu coração insensato se obscureceu” (Rm 1.21).
Ora, Max, você está indo longe demais. Não está esticando o que começou com o roubo de um aeromodelo, para terminar num holocausto?
Na maioria das vezes não chega a tanto. Mas poderia. E o que há para interrompê-lo? Que dique pode segurar o fluxo do Negador-de-Deus? Que âncora usaria o secularista para impedir que a sociedade fosse sugada pelo mar? Se uma sociedade deleta Deus da equação humana, que sacos de areia empilharia contra a crescente maré de barbarismo e hedonismo?

Como se expressou Dostoevsky, “Se Deus está morto, então tudo é justificável.”

Extraído do Livro: Nas Garras da Graça de Max Lucado

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