“Pois do oriente ao ocidente, grande é o meu nome entre as nações. Em toda parte incenso é queimado e ofertas purassão trazidas ao meu nome, porque grande é o meu nome entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.” (Malaquias 1.1-11)
Contemporâneo de Esdras e Neemias, Malaquias profetiza, em Israel, num momento histórico complicado – pós-cativeiro babilônico –, em meio à apatia religiosa do povo, sacerdotes, em destaque, negligenciando o que deveria ser o seu melhor, no serviço a Deus. Não poderia ser mais forte a abertura do discurso, dado ao profeta, por Deus, para Seu povo: “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel por intermédio de Malaquias” (1.1 – JFA, revista e atualizada). Os pesados termos sentença e contra, considerando o exacerbado amor que o Criador nutriu pela criatura, desde antes da criação (Gn 1.26a,27), nos devem levar a refletir sobre se temos dado o nosso melhor a Deus, como indivíduos e como povo, recipientes que somos do melhor de Deus, a salvação em Cristo Jesus.
Sem nenhuma outra referência em qualquer ponto da Bíblia, que não seu próprio livro, Malaquias poderia nos parecer, à primeira vista, o menor dentre os menores profetas bíblicos (12 no total). No entanto, a mensagem que lhe é confiada, por Deus, é tão contundente e oportuna, que atravessou milênios e chegou até nós, perfeitamente aplicável e contextualizável. Ouçamos o que o Espírito diz à Igreja!
Os muros e o templo de Jerusalém haviam sido reconstruídos mas a relação do povo com Deus, inclusos os líderes religiosos, sacerdotes e levitas, não. Era um tempo de aridez espiritual em que os grandes sinais e prodígios de Elias e Eliseu haviam ficado na história. E Malaquias chega apontando, logo, para o descaso com as coisas de Deus e a fé sem sentido, que leva ao cinismo e ao ritualismo, puro e simples. Sem sentimento e sem piedade. Meramente humano.
1. Que pesadas expressões, do início do livro de Malaquias (1.1), poderiam nos levar a refletir sobre se temos, ou não, dado o nosso melhor a Deus, como indivíduos e como povo? Por que trariam, do oriente ao ocidente, ofertas puras ao nome de Deus, conforme Ml 1.11?
Mas Malaquias não se resume a condenação. O profeta também aponta o caminho de volta para Deus, apresentando-O sensível e disposto a receber “os filhos” (Ml 3.6) de volta, independentemente de que estes insistam, às vezes, em permanecer longe. As palavras de esperança pronunciadas em Ml 3.7 (“Voltem para mim e eu voltarei para vocês, diz o Senhor dos Exércitos”), refletem bem o sentimento de Deus com relação ao Seu Israel, mesmo depois de este ter se afastado daquele. Como acontece conosco – hoje Igreja, não mais nação –, muito semelhante ao tempo dos profetas.
2. Há um atributo peculiar a Deus, que só Ele possui em Sua divindade, em Ml 3.6. Que atributo seria esse e qual trecho você recortaria do texto original que deixa claro essa qualidade de Deus?
Em contraponto à forte expressão “sentença” de Malaquias 1.1, Malaquias 1.2 começa nos dando uma sensação maravilhosa de esperança: “Eu sempre os amei, diz o Senhor”! Ah, que beleza, poder respirar aliviado, depois do peso da primeira frase do profeta. Não lhe parece aquele mesmo alívio do obstáculo vencido; do final de tempestade; da tentação superada; do exame positivo? “Deus sempre nos amou! Puxa vida!”, acorre-nos à mente tudo que o Senhor já nos fez – perdoou – ao longo do relacionamento com Cristo. E até antes de Cristo.
3. Se somos reino de sacerdotes, como Pedro afirma (1 Pe 2.9), então temos, primeiramente como indivíduos e, depois, como comunidade, que refletir a glória do Senhor que enche o templo (Ez 43.4), pois, debaixo da Graça e não da Lei, somos ______________ do Espírito Santo. Condição esta resultado concreto e visível da decisão do Pai – dar o Seu melhor – e da ação do Filho – entregar o Seu melhor – para que ganhássemos vida eterna – o melhor dos Dois. (Novo Testamento; Evangelho de _________; capítulo ____; versículo ____)
Deus tem nos dado sempre o melhor – isso sem falar no que acabamos de aprender a respeito de seu sentimento em relação a nós (“Eu sempre os amei”) –, razão mais do que suficiente para dar de volta a Ele o nosso melhor. Mesmo sem a arrogância de pensar que nosso melhor, em qualquer circunstância, equivalerá, sequer, ao pior de Deus. Em Davi podemos buscar excelente modelo de consciência a respeito do que Deus merece de nós (2 Sm 24.24). Davi poderia ter recebido de bom grado o presente que lhe foi oferecido. Acontece que não era para ele que procurava um terreno e, sim, para erguer um altar ao Senhor. E para o Senhor, sabia Davi, só o melhor. E o melhor de nós sempre nos custa algum sacrifício ou, pelo menos, esforço ou zelo.
O que temos dado de volta a Deus, do melhor que Ele nos tem dado? O nosso melhor talento? O nosso melhor culto? O melhor de nossos dias/tempo? O melhor de nossa adoração? O melhor de nosso coração? Talvez, meu(minha) amado(a) líder, saibamos que nosso melhor nunca será o melhor que Deus sabe que somos capazes de dar. Talvez pensemos que perfeito e excelente como Jesus é, seja impossível de imitar. Mas, assim como aconteceu com o Israel de Malaquias, a sua(nossa) Igreja também está sob uma sentença– promessa – do Messias: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.20b). Este é o melhor de Cristo (Sua Pessoa, Sua Obra, Sua Palavra), que é oferecido todos os dias àqueles que dão o seu melhor a Deus.
Esboço e Guia do Pr. Armando Bispo.
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