O grande desígnio de Deus em todas as suas obras é a manifestação da sua própria glória. Qualquer alvo menor que este seria indigno dele. Mas, como a glória de Deus será manifestada a criaturas caídas, tais como somos? O olho do homem não vê uma única direção, ele sempre tem um relance de um lado para sua própria honra, tem uma alta avaliação de seus próprios poderes, e por isso não está qualificado pra contemplar a glória do Senhor. Fica claro, pois, que o eu deve ficar fora do caminho para que haja espaço para Deus ser exaltado; e esta é a razão por que Ele traz seu povo muitas vezes a problemas e dificuldades, para que, sendo feitos conscientes de sua própria insensatez e fraqueza, possam capacitar-se a ver a majestade de Deus quando Ele vier para operar o seu livramento. Aquele cuja vida é um caminho plano e suave verá apenas um pouco de glória do Senhor, pois ele tem poucas ocasiões de auto-esvaziamento e, consequentemente, apenas pouca possibilidade de satisfazer-se com a revelação de Deus. Aqueles que navegam em pequenas correntes e riachos rasos conhecem muito pouco sobre o Deus das tempestades; mas aqueles que enfrentam grandes águas vêem seus prodígios quando sobre as profundezas.
No meio das ondas gigantescas do Atlântico da privação, pobreza, tentação e desgraça, conhecemos o poder de Jeová, porque sentimos a pequenez do homem. Agradeça a Deus, pois, se você foi conduzido para a estrada áspera: é isto que lhe tem dado a experiência da grandeza e da bondade. Seus percalços enriqueceram-no com a riqueza do conhecimento a ser obtido por nenhum outro meio: suas provações têm sido a fenda na rocha em que Jeová o colocou, como fez com seu servo Moisés, para que possa contemplar a sua glória quando Ele passar. Louve a Deus por não ter sido deixado nas trevas e na ignorância, cuja contínua progressão pode tê-lo envolvido, mas que, na grande luta de aflições, você tenha sido capacitado para os brilhos de sua glória em suas maravilhosas manifestações. (C.H.Spurgeon)
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