Por: Pr. Elias Teodoro
Texto bíblico – Efésios 5.21 e I Coríntios 13. 8
“Sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo”e “o amor nunca perece”
INTRODUÇÃO
Vivemos dias sombrios em todo mundo. Tempos sem amor. O próprio Jesus deixou o alerta ao afirmar que “devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12). Trata-se de um aviso que deve ser seriamente considerado na vida de cada cristão, especialmente pelo fato de que a Bíblia destaca o amor como a principal virtude cristã (1 Coríntios 13.1, 13), o que não deve ser estranho , na medida em que sabemos que “Deus é amor” (1 João 4.8, 16).
Mas o nosso Deus continua sendo o Deus do Amor. Nosso Deus é amor e por conseqüência a nossa Bíblia é livro do amor. E isso é por demais claro no texto bíblico. Conhecer o Amor de Deus e seu projeto é saber que Deus tem o seu plano de amor para a Família. Isso inclui desde o namorado, o noivo desejando se casar e que muitas vezes tem como trava maior a falta de amor verdadeiro. Os que desejam se casar afirmam sempre que vão se casar por amor, mas muitos deles nem sabem ao certo que é o amor. Eles não explicam como exercitarão o seu amor. Que tipo de amor? Nem base firme para o amor como sugere I aos Coríntios: O Amor definido.
Isso inclui também os casamentos que nos últimos anos já não resistiram durar cinco ou até dez anos. Eles acabaram às vezes antes de começar a vida de casados, já no noivado. Tenho acompanhado casamentos se acabando após seis meses ou um ano de vida conjugal. Eles acabam por causa, entre outros motivos, de ciúme do tipo possessivo e dominante, acabam por causa de desajuste na área financeira, falta de boa ambição de viver a vida, falta de sentido na vida, falta de respeito à mulher como uma pessoa criada pelo mesmo Deus. Eles acabam por causa da falta de verdade nas suas vidas. Falta completa do verdadeiro amor.
Considerando isto...
1. Devemos buscar o verdadeiro amor no Deus eterno. É de Deus a iniciativa de amar.
“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”
“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.” (1 Jo 4.8,9)
Se quisermos praticar o verdadeiro amor, devemos procurar na Bíblia o que Deus nos ensina sobre o seu próprio amor, para conosco. Não são poucos os que definem o amor como “uma decisão de agir em favor de outro”. Alegam que não se trata de um sentimento, mas de uma ação em benefício do próximo. Tal compreensão, entretanto, é incompleta. Não basta o sacrifício.
Quando consideramos I Coríntios 13, uma das mais aclamadas descrições do amor, percebemos que o entendimento de Paulo sobre o assunto é contrário a esta posição. Realmente ele afirma que “... ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá” (v.3). O texto quer afirmar que mesmo que eu me sacrifique em favor de outros, se não tiver amor isso será inútil. Existe, portanto, uma distinção entre o amor e o agir em favor de outros.
As Escrituras parecem apontar para o fato de que o verdadeiro amor exige uma motivação correta. O amor cristão é fruto da compreensão do amor de Deus por nós. João afirma que “nós o amamos, porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19) e que “nisto consiste o amor: não em que tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10). Neste sentido, o nosso amor deve ser uma reação ao amor de Deus por nós, sendo que a principal expressão deste amor é a pessoa de Jesus.
Diante dessa percepção, entendemos que o amor bíblico declara ser uma decisão manifestada numa ação de obediência a Deus e em benefício do próximo (altruísmo), resultante da compreensão do amor de Deus por nós, demonstrado em Jesus Cristo.
Lemos em toda a Bíblia que Deus é amor (1 João 4.8, 16). Isso significa que Ele é a fonte do amor. É por meio dEle que esta virtude tem a sua origem. Isso também aponta para o fato de que sem Deus é impossível para o homem praticar o amor bíblico, pois apenas aqueles que estão em comunhão com o Senhor podem manifestar em suas vidas este atributo divino (1 João 4.7, 12).
Diante desta realidade, para que fosse possível ao homem amar, foi necessário que o próprio Deus nos amasse primeiro (1 Jo 4.10, 19) entregando o Seu Filho (1 Jo 3.16; 4.9) e habitasse em nós por meio de Seu Santo Espírito (Gl 5.22).
Como devemos agir?...
2. Como salvos em Cristo devemos tomar a decisão de amar sempre
“Aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou.” (1 Jo 2.6)
“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 Jo 4.7)
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Fp 2.5)
Todos nós sabemos da carência da prática do amor entre muitos que servem a Jesus nas igrejas, nem sempre manifestam o amor cristão em suas vidas. Esse tem sido um dos grandes problemas da igreja em nossos dias, que tem sido influenciada pelo materialismo e individualismo mundano. E isso já é um obstáculo. Outro aspecto importante para se considerar é o papel do ser humano no amor.
Nosso Senhor nos deixou uma ordem: “um novo mandamento lhes dou: Que se amem uns aos outros. Como eu os amei vocês devem amar-se uns aos outros” (João 13.34). Amar é uma ordem. Isso significa que cabe ao ser humano obedecer. Este é o seu papel. Deve-se crer no amor de Deus e responder com uma decisão de amar. É, portanto, algo que envolve também a vontade humana, do contrário o Senhor não nos mandaria fazer algo que fosse totalmente independente de nós.
Isso nos leva a perceber que o amor de fato não é somente um sentimento. Romanos 5.8 diz que “Deus demonstra, prova, o seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. Certamente Deus não enviou Seu Filho porque olhou para a humanidade, viu algo especial e teve um “sentimento” favorável. Mesmo sendo criaturas corrompidas pelo pecado como somos, o Senhor nos amou e decidiu manifestar este amor a nós. Do mesmo modo, cabe ao ser humano decidir e agir de modo amoroso, independentemente do sentimento que as pessoas à sua volta lhe inspiram. Por isso temos a ordem de amar até mesmo os nossos inimigos (Mt 5.44).
Portanto, cabe a cada um de nós, a decisão de amar em resposta ao amor de Deus, sabendo que todos os recursos necessários para que isso aconteça, serão proporcionados pelo poder divino (2 Pe 1.3)
Porém existem obstáculos...
3. Há obstáculos que impedem a família de praticar o amor, inclusive no casamento
“Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados.” (1 Jo 5.3)
“Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos (...) Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado.” (1 Jo 2.3,5a)
Nós é que criamos dificuldades em praticar a doce palavra do nosso
Deus. E aos Efésios 5.21 tem sido um desses textos. Muitos homens preferem oprimir a sua esposa pensando que ser homem é trazer a sua mulher subjugada. A
Deus. E aos Efésios 5.21 tem sido um desses textos. Muitos homens preferem oprimir a sua esposa pensando que ser homem é trazer a sua mulher subjugada. A
Bíblia diz que sejamos sujeitos uns aos outros em Cristo. Esse modelo bíblico de submissão a Cristo e amor uns aos outros só traz bênçãos. É o Amor verdadeiro.
A falta de amor tem esfriado muito os relacionamentos. Entre marido e mulher; pais e filhos; entre amigos; entre irmãos; entre os crentes. Porém a Palavra de Deus já nos preveniu de tudo isso (Mt 24:12). É dito que o próprio amor para com Deus esfriará.
A Bíblia também nos previne que nos últimos dias os seres humanos serão desobedientes e rebeldes (2 Tm 3:1-5). Esse texto não se refere somente a pessoas que estão fora dos muros da Igreja, mas, principalmente, as de dentro. Todas estas características são de pessoas, nas quais o amor esfriou, por Deus e pelo próximo.
A Bíblia também nos previne que nos últimos dias os seres humanos serão desobedientes e rebeldes (2 Tm 3:1-5). Esse texto não se refere somente a pessoas que estão fora dos muros da Igreja, mas, principalmente, as de dentro. Todas estas características são de pessoas, nas quais o amor esfriou, por Deus e pelo próximo.
Esse amor esfriado cria vários obstáculos no relacionamento entre os casais e entre pais e filhos. Podemos ver claramente este quadro hoje em nossas vidas, entre cônjuges, filhos, parentes, irmãos, amigos, conhecidos e desconhecidos, dentro da igreja. Onde está o amor? Relendo com calma I Coríntios vamos achar dezesseis termos práticos quanto ao que deva ser o nosso amor e ao mesmo tempo veremos quais os obstáculos à prática desse amor na família.
Observamos que os obstáculos vão se criando através de casais descomprometidos com o amor verdadeiro de Deus em Cristo e que ao contrário de Jesus eles com base em I Co 13, praticam a impaciência, a maldade, são invejosos, cheios de vanglória, orgulhosos, maltratam os familiares com palavras, gestos e ações, interesseiros, cheios de irritação, rancorosos, não praticam a justiça na família, são mentirosos, não amam a verdade, não encaram os sofrimentos da família com a graça de Deus, não crêem nos milagres de Deus, não sabem esperar, não suportam os outros e se tornam insuportáveis É como se lêssemos ao contrário
Estes são os terríveis obstáculos a vida amorosa de uma família. Pior no casamento. E deve ser por isso que os casamentos têm dificuldade hoje de chegar aos dez anos na sua maioria e ainda mais critico é que uma grande parte destes não chega aos cinco anos.
O Amor de muitos hoje não é sacrificial. Parece que as pessoas não se sacrificam mais por suas famílias como lemos na Bíblia, que diz: “Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos.” (1 Jo 3.16)
Se praticarmos o amor ensinado na Bíblia...
A chave é Amar verdadeiramente
“Só quando uma pessoa se ama verdadeiramente é capaz de amar os outros.”
(Eric Fromm)
Que devemos fazer para tanto...
a) Vencer os obstáculos oferecendo aos filhos um Amor bíblico coerente. – Tudo deixa a sua impressão na mente juvenil. A fisionomia é estudada, a voz tem sua influência, o comportamento é por eles imitado bem de perto. Pais e mães irritadiços e impertinentes estão dando aos filhos lições que, algum dia, eles repetirão Os filhos precisam ver na vida dos pais aquela coerência que está em harmonia com a sua fé. Aquela calma. Por revelar uma vida coerente e exercer domínio próprio, os pais podem modelar o caráter dos filhos.
b) Vencer os obstáculos honrando a Deus e compartilhando o Amor bíblico. – Começa com o casal. Se estiverem bem, eles compartilham isso com os filhos. Graças a Deus que existem Pais e mães que põem a Deus em primeiro lugar na família, que ensinam os filhos a considerar o temor de Deus como o princípio da sabedoria, que glorificam a Deus diante dos anjos e dos homens, oferecendo ao mundo o espetáculo de uma família bem dirigida e bem educada – uma família que ama e obedece a Deus e contra Ele não se rebela.
Cristo não será um estranho numa família assim. Seu nome ser-lhes-á familiar e o reverenciarão e o glorificarão. Os céus se regozijam numa família assim, em que Deus reina soberano e os filhos são ensinados a honrar a fé cristã, a Bíblia e o Criador. Essas famílias têm direito à promessa: “aos que me honrarem, meu Pai os honrará.”
c) Vencer os obstáculos com o Amor bíblico na Educação cotidiana da Família . – A fé viva em Cristo no lar tem sido muito negligenciada. No lar em que a fé em Cristo é coisa prática, grande bem é realizado. A fé viva em Cristo levará os pais a fazer exatamente a obra que Deus lhes designou que fizessem no lar. Os filhos serão criados no temor e admoestação do Senhor.
A razão por que a juventude do presente não é tanto mais inclinada para a religião é que a sua educação é defeituosa. Não se exerce para com os filhos o verdadeiro amor quando se lhes permite tolerar paixões ou quando a desobediência as determinações é deixada sem punição. A fé viva em Jesus não tem sido a vida religiosa das famílias. Esse é o obstáculo maior
Palavras finais
“Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros.”
(1 Jo 4.11)
A Bíblia nos ensina e nos mostra claramente que a nossa regeneração é proveniente da misericórdia. Na Primeira Epístola de Pedro 1:3 diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”.
Tudo o que Deus fez e a sua Graça foi planejada de acordo com Sua misericórdia em amor. Sua graça é dirigida por Sua misericórdia, e Sua misericórdia é dirigida por Seu amor. É segundo a Sua grande misericórdia que Deus nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Desta forma, tanto a regeneração quanto a viva esperança estão relacionadas com a misericórdia. Por existir a misericórdia, existe a graça. Assim a sua família será como um cantinho do céu, um cantinho de Deus no mundo.