Funções do corpo. O corpo
possui três funções básicas: recepção, instinto, expressão.
Recepção é a
capacidade do corpo de captar informações do mundo exterior, através dos cinco
sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar).
Instinto é a capacidade do
corpo de reagir automaticamente em resposta aos estímulos externos. Por
exemplo: instinto de sobrevivência, o instinto de autodefesa, o instinto
sexual, etc. Nosso corpo tem vários sistemas orgânicos instintivos, cada qual
cumprindo uma função específica, mas também trabalhando de maneira
maravilhosamente harmoniosa, a fim de manter-nos vivos (por exemplo, os
sistemas respiratórios, o sistema digestivo, o sistema circulatório).
Os instintos são automáticos e em si mesmo não são
pecaminosos. Deus criou instintos bons, mas a queda do homem os degenerou. O
instinto de sobrevivência, que inclui comer e beber, pode se degenerar em
glutonaria e alcoolismo. O instinto de defesa, que inclui esquivar-se e
proteger-se, pode se degenerar em ira e todo tipo de violência. O instinto
sexual, que inclui reprodução e prazer com o cônjuge, pode se degenerar em
adultério, prostituição, homossexualismo e sodomia.
Expressão é a
capacidade de o corpo externar os pensamentos, os sentimentos e as decisões da
alma. Inclui a fala e a linguagem corporal.
Algumas aplicações práticas importantes sobre o
conhecimento do espírito, alma e corpo
Estágios da salvação. A
salvação é um processo que envolve três estágios, os quais ocorrem no passado,
no presente e no futuro. Cada estágio ocorre numa parte específica do nosso
ser:
1. Regeneração do espírito (evento
passado, definitivo): Ef 1.13, 2Co 5.17, Mt 26.41. Nosso espírito foi de uma
vez por todas restaurado e conectado a Deus, pelo Espírito Santo que veio
habitar dentro de nós. Ele não pode e não vai sair da vida de um cristão salvo,
a menos que este entre em um processo de apostasia e aí permaneça até o ponto
“calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança e ultrajar o
Espírito da graça (Hb 10.26-29,39).
2. Transformação da alma (processo
presente, em andamento): Rm 12.2, Ap 22.14, Hb 12.14. No céu não teremos uma
nova alma. Nossa personalidade individual será preservada, embora não o nosso
caráter, o qual devemos transformar segundo o caráter de Cristo. Esse processo
de quebrantamento e transformação da alma requer nossa colaboração ativa, em
parceria com o Espírito Santo, como será detalhado mais adiante na Parte 2
deste curso.
3. Glorificação do corpo (evento
futuro, ansiosamente esperado): Fp 3.21. Nosso corpo natural não tem conserto
nem salvação. No céu receberemos um novo corpo, semelhante ao de Jesus.
A revelação no espírito. Revelação
espiritual não é, como muitos entendem, apenas “receber um recado específico de
Deus para sua vida”. Isso é somente um aspecto da revelação divina,
expressando-se através do dom da palavra de conhecimento. Na verdade, “revelação
é, simplesmente, ver do ponto de vista de Deus. É saber algo que talvez nossa
mente até já saiba, mas que passa a ser visto e entendido sob a luz do Espírito
Santo. É quando as letras da Bíblia saltam aos nossos olhos e fazem
com que aquilo que já sabíamos pela mente adquira agora uma nova intensidade e
assuma uma realidade antes desconhecida.” [ref. 1, pág. 21]. Por exemplo,
podemos durante muitos anos ler e conhecer pela mente que “somos templo do
Espírito Santo”, sem que isso produza qualquer transformação de vida. Mas
quando em nosso espírito recebemos revelação dessa tremenda e poderosa verdade,
quando compreendemos a realidade da habitação do Deus Todo-Poderoso e Santo em
nós, então tudo muda! Passamos a andar em um novo nível de santidade, no qual
cada palavra, cada gesto e cada passo importa, para que manifestemos a luz do
Senhor através de nós.
Por si só, a mente não pode ter revelação de Deus; só o nosso
espírito tem essa função: 1Co 2.9-14; 2Co 5.16. A revelação ocorre primeiro no
espírito (Mc 2.8, At 20.22, Ap 1.10). O Espírito Santo transmite uma verdade ao
nosso espírito, e este a comunica à mente, desde que esta esteja quebrantada,
calma, sensível e atenta ao espírito. Caso contrário, a alma abafará o espírito
e não receberá revelação nenhuma.
E sem revelação no espírito é impossível conhecer e fazer a
vontade de Deus. Fazer a nossa vontade, a vontade da alma sem a revelação e
direção do espírito, ainda que seja com a melhor das intenções, não somente é
inútil como também perigoso. A questão não é “fazer para Deus”, mas sim
fazer o que Deus quer que façamos. Aquelas palavras de Jesus em Mt
7.23 infelizmente serão ditas a pessoas que acham que estão servindo a Deus
(“em Teu nome”), mas na verdade estavam apenas fazendo a obra pela sua própria
mente, isto é, pela carne. Mas aos olhos de Deus isso é iniquidade. O resultado
trágico será ouvir as palavras de Jesus: “Nunca vos conheci! Apartai-vos de
mim!”.
Portanto, devemos buscar e pedir a Deus o conhecimento
espiritual que vem através desse processo de revelação, o qual sempre começa
pela intuição divina no espírito e em seguida ilumina e renova a mente de uma
alma quebrantada diante de Deus.
Entendendo nossa natureza carnal. Quando
nascemos de novo pela fé em Cristo, nosso espírito foi imediatamente regenerado
e definitivamente capacitado, com todo poder e autoridade para assumir a
direção da nossa nova vida. Mas nossa alma, não! Nela ainda habita a natureza
pecaminosa de Adão, além da herança acumulada pelo “velho eu” durante toda uma
vida. As feridas e deformações da alma causadas pelas experiências da velha
criatura podem ser curadas e restauradas pela Palavra de Deus e pelo Espírito
Santo (de fato, a maioria delas fica na cruz, quando nos convertemos ao Senhor
Jesus), mas é importante entender que a nossa
natureza carnal não pode ser “expulsa”! Se isso não fosse
verdade, não haveria necessidade de a Palavra nos exortar a crescer e viver em
santidade. Mesmo o mais consagrado servo de Deus está sujeito “às mesmas
paixões” de todo ser humano (At 14.15; Tg 5.17) e deve continuamente mortificar
sua natureza carnal, pelo espírito (Rm 8.13). Pois a natureza carnal da
alma resistirá sempre contra o espírito.
Esta é uma guerra diária, cujo campo de batalha ocorre na
mente (mente carnal vs. mente de Cristo) e na vontade (vontade do ego vs.
vontade de Deus): Rm 7.22-23, Gl 5.17, 1Pe 2.11. O resultado de cada batalha
faz a diferença entre ser um crente carnal ou um crente espiritual. Ser carnal
não significa (necessariamente) pecar, porque mesmo o servo de Deus mais
consagrado peca (1Jo 1.10). Também não significa andar em pecado, porque quem
vive no pecado ainda nem mesmo é convertido (1Jo 3.9).
O crente carnal é aquele que sinceramente tenta conhecer e
fazer a vontade de Deus, mas o faz exercitando sua alma,
independentemente do espírito! Ao não buscar a transformação da alma pela
Palavra e pelo tratamento do Espírito Santo, o crente carnal tende a seguir
aquela função da alma mais predominante em seu caráter problemático e não
tratado, e isso dá origem a algumas “categorias” de carnalidade:
O carnal emotivo (governado pelas
emoções). Se sente fortes arrepios consegue fazer a obra de Deus, mas se as
emoções se vão, perde o ânimo (e se justifica dizendo: “Não estou sentindo”).
O carnal intelectual (governado
pela mente). Considera-se muito sábio a seus próprios olhos. Tende a ser
extremamente crítico. Racionaliza e evita as coisas sobrenaturais (e se
justifica dizendo: “Não sou infantil”).
O carnal volitivo (governado pela vontade). É o crente
“oba-oba”. Está sempre aberto a novidades, mas não tem perseverança: quando
passa a empolgação deixa tudo de lado (e se justifica dizendo: “Deus não quer
sacrifício”).
Embora os comportamentos acima sejam diferentes, há um
ponto comum entre eles, que é a marca registrada da carnalidade: a
busca da gratificação do ego. O que motiva todo crente carnal é que o seu
“eu” (o seu “reizinho interno”) seja reconhecido, elogiado e exaltado. Quando
isso não acontece, ele perde a motivação e até entra em crise.
Para nos tornarmos crentes espirituais, é preciso antes receber
revelação sobre a total incapacidade de a carne gerar qualquer fruto para
Deus (Is 64.6). Todo fruto da carne é fruto podre. Paulo era um homem
de alta posição social e com muitos recursos intelectuais, mas renunciou a tudo
isso para poder “andar no espírito” (Fp 3.4-8). Como veremos em mais detalhe
adiante no curso, o tratamento para a carne é a cruz (Gl 2.20, 5.24). Somente a
cruz é suficientemente poderosa para expulsar aquele “reizinho” carnal do seu
pequeno palácio e entronizar Cristo em seu lugar!
O “mecanismo da carne”. Já
vimos que a natureza carnal (alma + corpo afetados pela queda adâmica) continua
latente em nós, mesmo após a conversão. Ainda que a carne tenha sido enviada à
cruz e esteja mortificada pelo espírito, ela sempre estará pronta a
“ressurgir”. De fato, dos três inimigos que temos (Satanás, o mundo e a
carne), a carne é o mais poderoso, pois nossa própria concupiscência pode nos
levar a pecar (Tg 1.14-15). Usando como referência 2Sm 11, veja como
funcionam os quatro passos do “mecanismo carnal”:
Os sentidos trazem uma informação externa, normalmente através
da visão (“… viu do terraço a uma mulher…”).
A informação desperta um instinto (“…que se estava banhando…”).
Nesse exemplo, a nudez despertou o instinto sexual. Até aqui, “tudo bem”: Davi
poderia ter simplesmente desviado os olhos e bloqueado qualquer pensamento
impuro (que tal pegar a harpa e entoar um belo salmo?)
A mente carnal processa os dados e os transforma em desejo ou
tentação (“… e era esta mulher mui formosa à vista…”). As coisas
começam a se complicar… Mas Davi ainda tinha todas as condições para resistir à
tentação (1Co 10.13), pois sendo ele “um homem segundo o coração de Deus”, o
Espírito Santo certamente falou em sua consciência, procurando impedi-lo de
pecar. Entretanto, nesse momento tudo dependia da decisão que Davi tomaria em
sua alma.
A concupiscência da carne aceita a tentação e a transforma em
intenção do coração, que já é pecado (“e perguntou, …e enviou mensageiros,
…e a mandou trazer, …”). A decisão foi tomada no coração; o
pecado já havia sido concebido, antes mesmo de deitar-se com aquela mulher!
Como evitar o pecado, e o que fazer se
cairmos. Como antídoto para o mecanismo da carne, precisamos
estar alertas e sensíveis ao alarma que o Espírito Santo vai disparar em nossa
consciência, quando chegarmos ao “passo 3” explicado acima. Precisamos,
então, bloquear o pecado na fonte. Isso implica dois movimentos:
a) Com firmeza e serenidade, interromper e rejeitar o
pensamento pecaminoso, não deixando que sejam desenvolvidas imagens impuras em
nossa mente, e
b) Imediatamente, voltar-se para Deus, no
espírito, orando e refugiando-se no Senhor, suplicando-Lhe que não nos deixe
cair em tentação.
Quanto mais atrasarmos estes dois movimentos, mais a mente
carnal vai ganhando espaço, e o nível de tentação aumentará, ficando mais
difícil resistir. Mas se praticarmos isso já no primeiro olhar, primeiro
pensamento ou primeira imagem mental, será muito mais fácil encontrar graça
para continuar caminhando em santidade diante do Senhor. Instantes depois,
constataremos que a tentação foi vencida, e que nosso coração e mente continuam
puros. Portanto, devemos ser absolutos em obedecer a nossa
consciência: sempre que ela recusar algo, devemos parar imediatamente!
Porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). O pecado
entristece o Espírito Santo, ofende o Pai Celestial e trai o Senhor Jesus. O
pecado anestesia o espírito e embrutece a alma. E se alguém se “acostuma” com
ele, poderá se desviar dos caminhos do Senhor e lentamente iniciar um perigoso
processo de apostasia pessoal. Ou então, poderá tentar manter uma aparência de
santidade, passando a viver uma religiosidade hipócrita que causa náuseas a
Deus (Mt 23.13-33).
Mas se eventualmente cairmos em pecado, devemos atender ao
apelo de arrependimento que o Espírito Santo gerará em nosso espírito, confessando
imediatamente o pecado a Deus e confiando no perdão que a Sua Palavra garante
(1Jo 1.9). A partir daí, não devemos aceitar qualquer acusação do
inimigo em nossa mente, pois Deus já nos perdoou o pecado e não se lembra
mais dele (Jr 31.34; Hb 8.12, 10.17). E mesmo que sejamos infiéis por um algum
tempo, e um certo tipo de pecado se torne repetitivo em nossa vida, ainda assim
podemos confiar que Deus jamais desiste de nós (Is 49.15; 2Tm
2.13; Jo 6.37). Nesse caso devemos buscar ajuda de um irmão confiável (seu
líder, discipulador ou pastor), crendo na promessa de que “se confessarmos os
nossos pecados uns aos outros, seremos curados” (Tg 5.16).
Entendendo a ação do inimigo. O
objetivo do inimigo é destruir a criação máxima de Deus: você, ovelha do Senhor!
(Jo 10.10a). Para atingir tal objetivo, sua estratégia é o engano, induzindo o
homem a pecar (2Co 11.3, 2Jo 1.7). E para concretizar essa estratégia ele faz
uso de duas táticas: a) ataques diretos à mente, e b) ataques indiretos usando
funções do corpo (para “acelerar” o mecanismo da carne exposto
anteriormente). Satanás conhece esse mecanismo muito bem (até mais do que
o próprio crente desavisado) e procura “dar um empurrãozinho” para que caiamos
nesse laço:
A tática de ataque do inimigo, usando funções do
nosso corpo. Gn 3.6 ilustra bem a tática de Satanás usar o
“mecanismo da carne”:
- Chamar
a atenção, pelos sentidos. “A mulher viu que a árvore era
bonita…”.
- Despertar
um instinto. “… e que suas frutas eram boas de se comer”.
- Produzir
um desejo (tentação). “E ela pensou como seria bom ter
entendimento.”
- Concretizar
uma intenção (pecado). “Aí apanhou uma fruta e comeu;
…”
Para evitar essa armadilha, o corpo deve ser disciplinado,
isto é, submetido à vontade da alma, a qual, por sua vez, deve ser transformada
pelo Espírito, de modo a não dar ocasião à carne.
Disciplinando o corpo. Disciplinar
o corpo envolve três “frentes de batalha”:
Vigiar para que os instintos do corpo não sejam
usados pela carne e pelo inimigo para nos levar ao pecado(Sl
101.3a, Rm 6.13). Precisamos estar atentos a todo instante sobre o que o que é
que estamos fazendo com o nosso corpo, especialmente sobre o quê fixamos os
nossos olhos (Mt 6.22-23), discernindo se isso traz luz ou trevas para dentro
de nós. Por exemplo, se um homem deixar seus olhos se fixarem sobre uma mulher
que se veste sensualmente, isso certamente será uma brecha para que a mente
comece a desenvolver pensamentos impuros e formar imagens obscenas. O mesmo
pode acontecer vendo televisão, assistindo a um filme, lendo uma revista, vendo
um “outdoor” na rua, acessando a Internet, etc.
Manter o corpo em boas condições de saúde. Por
ignorância da Palavra, no meio cristão é popular o conceito equivocado de que a
“carne” (referindo-se ao corpo) para nada serve. Isso leva a um completo
desleixo em relação ao corpo, frequentemente envolvendo o consumo excessivo de
alimentos e a falta de exercícios físicos, com toda uma série de consequências
negativas para a saúde. Mas o fato de que o nosso corpo é templo do Espírito
Santo e que precisamos dele para poder servir a Deus já deveriam ser motivos
mais do que suficientes para cuidar da nossa saúde com zelo, alimentando-nos de
maneira sadia e fazendo algum tipo de atividade física ou esporte regularmente.
Submeter o corpo no serviço ao Reino de Deus. Isso
requer força de vontade, ou seja, o domínio da alma sobre o corpo, sob a
direção do espírito. Implica a prática de disciplinas espirituais, entre as
quais as mais importantes são o devocional diário (oração e leitura da Palavra)
e o jejum. Tais disciplinas, além de mortificarem a natureza carnal, também
fortalecem o espírito. E então teremos poder espiritual para nos dedicarmos com
afinco em servir a Deus e ao próximo. Mas também devemos evitar o extremo
oposto, caindo no ativismo religioso a ponto de prejudicar a saúde.
Cabe aqui uma nota importante: a disciplina do corpo
(incluindo o jejum) não é algo que fazemos para Deus! Não é para adquirirmos
bênçãos de Deus e muito menos para sermos aceitos por Ele (isso seria legalismo
ou ascetismo). Qualquer tentativa legalista de usar o sacrifício físico para
obter de Deus graça ou justificação não é apenas inútil, como também herético.
O legalismo anula a graça de Deus (Gl 5.4).
Para quê, então, devemos disciplinar o corpo? O corpo deve ser
disciplinado primeiramente para nós mesmos, de modo a melhor servirmos a Deus,
apresentando-Lhe nosso corpo de maneira santa (Rm 12.1), e em segundo lugar
para os outros, de modo a servirmos de exemplo e engrandecermos a Cristo em
nosso corpo (Fp 1.20). Mas como já mencionamos, o pré-requisito para
disciplinar o corpo é ter uma alma transformada.
A absoluta necessidade de transformação da alma
:
- Somente
o espírito pode gerar vida espiritual (2Co 3.6b).
- O
espírito não se manifesta independentemente, mas somente através da alma.
- A
alma não se manifesta independentemente, mas somente através do corpo.
Portanto, se a alma não estiver transformada,
quebrantada e submetida ao espírito, jamais poderemos produzir verdadeiros
frutos espirituais. Não será possível trazer uma pregação
ungida, com revelação da Palavra de acordo com a necessidade de quem nos ouve;
não poderemos salvar e transformar vidas, ministrando e tocando o espírito das
pessoas ao nosso redor; não haverá manifestação de poder espiritual, para
glória de Deus e edificação da igreja. Ser um crente espiritual é
operar nos outros a vontade de Deus, através de uma alma quebrantada e submissa
à direção do espírito, e de um corpo submisso à disciplina da alma.