Texto lido em Isaías 53
A cruz não é o
sofrimento ou a dor que os outros podem nos causar, nossa cruz reside na
responsabilidade de negarmos a nós mesmos em prol de uma vida reconciliada com
Deus. A forma como reagimos a injustiça contra nós e os outros é que vai
revelar se estamos crucificados com ele.
A cruz é o
plano perfeito de Deus, a única forma de Deus redimir o homem sem deixar de
cumprir a própria lei; por isso através da cruz, Jesus se tornou o justo
justificador de todo aquele que nele crê. Só a cruz estabelece uma salvação
consistente com a lei e o caráter de Deus. Como Paulo disse: “Isso é loucura
para os que se perdem, todavia para nós que cremos é poder de Deus.”
Não queremos
apenas o evangelho moderno que resolve a questão da morte espiritual e da
culpa, e as pessoas continuam perversas, mais ou menos escravizadas pelo
pecado, queremos tudo que Jesus conquistou na cruz, porque é direito nosso, é
nossa herança, todos os privilégios perdidos no Éden foi recuperado na cruz do
calvário.
Ninguém chega
a Cristo sem antes olhar para sua Cruz e é importante compreendermos os
diferentes aspectos da Cruz de Cristo para nossas vidas.
1) Nosso
Substituto (por nós) – Vivificado – Efésios 2.1
“Carregando
ele mesmo em seu corpo sobre o madeiro, os nossos pecados” I Pedro 2.24
Jesus assumiu
intercessoriamente a nossa condenação, justificando os nossos pecados e também nos
abençoando com toda sorte de bênçãos nas regiões celestiais. Deus fez a sua
parte: “...Cristo morreu pelos nossos pecados...” (I Co 15.3) “...Ele foi
transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades...”
(Is 53.5). Quando Jesus deu seu último suspiro na cruz e disse “está consumado”
ele fez tudo que precisava fazer para que qualquer pessoa seja salva e
readquira todos os privilégios perdidos na queda de Adão. E o segundo aspecto
da cruz vai nos tratar profundamente porque ad vezes aceitamos a Jesus mas
ainda estamos reféns dos nossos sentimentos e desejos desgovernados.
2)
Jesus somo nosso representante – (como nós) Libertados - Cl 1.13
“Os que pertencem a Cristo Jesus
crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo
Espírito, andemos também pelo Espírito.” Gl 5.24,25
Precisamos nos identificar com Jesus, na sua
crucificação, na sua morte, na sua ressurreição e na sua glorificação.
Essa é uma
perspectiva mais profunda da cruz, ou seja, não foram somente os nossos pecados
– atos que praticamos que Jesus levou à cruz, ele também levou o pecador, ou
seja, levou nossa pecaminosidade ou a tendência de agradar ao nosso ego e
satisfazer descontroladamente os nossos desejos. Esse aspecto da cruz nos
ensina a morrer, não para o desejo, mas para aquilo que é improprio ou
compulsivo, aquilo que nos escraviza. O pecado nada mais é que um apelo às
nossas emoções, desejos e sentimentos de ultrapassarmos os limites
estabelecidos por Deus. É uma questão interna. Quem governa quem? Governamos os
nossos desejos, sentimentos e emoções, ou somos desgovernados por eles? É uma
questão de domínio próprio. A fonte de poder para exercer o autogoverno espiritual
que nos afasta do pecado reside no estilo de vida demostrado por Jesus de
negarmos a nós mesmos. É assim que tocamos a sua graça. Esse é o grande segredo
que nos leva a desfrutar de uma alma saudável e uma vida espiritual vigorosa e
cheia de conquistas em que se cumpre a afirmativa de Paulo: “Porque o pecado
não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm
6.14) Experimentamos este segundo aspecto da cruz quando decidimos subjugar os
nossos desejos e sentimentos ao governo do Espírito Santo. Depois de perdoados,
agora nos tornamos livres do poder do pecado. É quando resolvemos decididamente
o conflito entre andar na carne e viver no Espírito.
Precisamos
fazer uma entrega total a Deus; uma entrega tão completa e incondicional, que a
única palavra que a defina seja a morte do eu, morte do princípio de seguirmos
nosso próprio caminho. Cruz como morte para o ego.
3) Jesus
somo nosso estilo de vida – (em nós diariamente) Sacrifício Vivo – Romanos 12.1
O terceiro aspecto da cruz é
aquele em que Cristo é crucificado em nós diariamente. O Cristo crucificado
deve ter seguidores crucificados. Em Lucas 9.23 Jesus afirma que devemos
tomar nossa cruz e segui-lo. Portanto exige um viver diário dessa vida
crucificada (sacrifício, quebrantamento; disciplina, intercessão e um espírito
de perdão). Esses valores quando são nosso estilo de vida é o solo fértil de
onde brotam as mais profundas e poderosas revelações de Deus que renovam a
nossa mente e nos afinam com a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
Não adianta tentar disciplinar
o velho homem, esse deve ir para cruz e sepulcro. Precisamos participar do
poder vivificador do Cristo ressurreto. Ter Jesus como estilo de vida é fazer
as mesmas obras que ele com compaixão e tolerância ao próximo.
Quanto mais revelações, mais
ajustes, e assim caminhamos na vereda do justo que é como a luz da aurora, e
vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.
A cruz continuará sendo aplicada durante toda a nossa
existência. E somente o Espírito Santo pode fazer isso; ninguém mais. Ele
cortará de nós coisas que talvez não sejam pecaminosas, mas que precisam ser
removidas para podermos crescer. Ele aplicará a cruz à nossa vida, tornando-a
prática e pessoal.
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