quinta-feira, 20 de setembro de 2018

OMISSÃO


“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:17 ARA)

Eu já devo ter ouvido uma centena de pregações baseadas neste texto e creio que você também. Já ouvi argumentos de que quem não avaliza deixa de fazer o bem por isso peca, quem não oferta para missões, quem não perdoa, etc.
O fato e a realidade é que ter ouvido mensagens ou não é pouco relevante, pois o que conta é se eu prestei atenção ou somente escutei, ou seja, quanto isso me mudou. Tenho de reconhecer que muitas coisas verdadeiras e relevantes que ouço não pratico, às vezes, por fraqueza (incapacidade) e, às vezes, por simples negligência. Isso precisa mudar.
Se prestarmos atenção ao nosso redor, veremos pessoas com necessidades que não são financeiras. Os carentes de abraço borbulham ao meu redor, os chorosos se enfileiram, os deprimidos estão sempre ali. Não é difícil quando nos dispomos a olhar.
No último domingo me dediquei a andar pelos corredores e abraçar pessoas, orar com pessoas, apertar a mão de pessoas, abençoar pessoas, dizer palavras de ânimo, me apresentar aos que não conheço, servir água a um ou outro. Meu querido, é inacreditável o efeito. Indescritível ver as lágrimas de pessoas que me olhavam como se eu soubesse tudo da vida delas, mas na verdade eu apenas disse "amado de Deus, que bom vê-lo aqui comigo adorando". Fiquei impressionado com o efeito disso no meio do povo, as pessoas apontavam para mim comentando umas com as outras.
MAS não se iluda e não me tenha por super-espiritual. Eu recebi esta direção, fui orientado a fazer isso, fui desafiado a agir diferente. Meus líderes são mais do que inspiração para mim, são direção para minha vida. Eu apenas obedeci e fui tão abençoado, imagine se eu fizesse por iniciativa.
Constatei o que sabemos há tantos anos: deixar de pecar nos faz sentir melhor, nos faz agir melhor, nos faz pessoas melhores. Até em coisas simples como distribuir abraços, Deus fala conosco e nos faz crescer tanto. Ele é maravilhoso...

"Senhor, se tanta coisa pode mudar ao meu redor por gestos tão simples, peço Tua ajuda para não me deixar esmorecer. É fundamental agir diferente e fazer o bem, para não pecar. Preciso de Ti, preciso do Teu toque. Ajuda-me Pai."   Mário Fernandez - Fonte Blog Itchus

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Fugindo das Vozes

...O que fazemos com essas vozes?

Enquanto trabalho neste manuscrito, estou usando uma escrivaninha no quarto do hotel. Estou longe de casa, longe das pessoas que me conhecem, longe dos membros da família que me amam.

As vozes que encorajam e afirmam estão distantes.

Porém, as vozes que atormentam e seduzem estão muito próximas. Embora no quarto esteja tudo quieto, se eu escutar, essas vozes são bem claras. Um folheto me convida para um passeio no saguão do hotel, onde posso "fazer novos amigos em um ambiente relaxante". Uma propaganda no topo da televisão promete que o pedido de um filme pay-per-view para maiores de idade transformará todas as minhas "fantasias em realidade". Na lista telefônica, várias colunas de serviços de acompanhantes oferecem "amor longe de casa". Um volume atraente, em letras douradas, na gaveta do criado-mudo, acena: O Livro de Mórmom – O Outro Testamento de Jesus Cristo. Na televisão, um apresentador de programa de entrevistas discute o tópico do dia: "Como se dar bem fazendo sexo no escritório".

Vozes, algumas por prazer, outras por poder.

Algumas prometem aceitação, outras prometem carinho. Todas têm algo para oferecer.

Mesmo as vozes que Jesus ouviu prometiam algo.


"Quando a multidão viu o milagre que Jesus tinha feito, começou a dizer: `Com certeza este é o Profeta que devia vir ao mundo'. " [João 6:14]

Para um observador distante, essas são as vozes da vitória. Para o ouvido mal treinado, esses são sons do triunfo. O que poderia ser melhor? Cinco mil pessoas, mais mulheres e crianças proclamando ser Cristo "o Profeta". Milhares de vozes avolumando-se em um ruído de avivamento, em uma aclamação de adoração.

As pessoas tinham tudo que precisavam para uma revolução.

Tinham um inimigo: Herodes. Tinham um mártir: João Batista. Tinham liderança: os discípulos. Tinham muitos suprimentos: o multiplicador de pães. E eles tinham um rei: Jesus de Nazaré.

Por que esperar? A hora havia chegado. O reino de Israel seria restaurado. As pessoas tinham ouvido a voz de Deus.

— Rei Jesus — alguém proclamou. E a multidão repetia, concordando.

Um coro, aclamando poder, contagiava. Não precisavam de cruz, nem de sacrifício. Um exército de discípulos seguindo as pegadas de Jesus. Poder para mudar o mundo sem ter de morrer fazendo isso.

A vingança seria doce. Aquele que tomou a cabeça de João Batista está a apenas alguns metros de distância. Pergunto-me se ele alguma vez já sentiu uma lâmina fria roçar seu pescoço.

Sim, Jesus ouviu essas vozes. Ele ouviu a sedução. Entretanto, também ouviu mais alguém.

E quando Jesus o ouviu, ele o buscou:

"Sabendo Jesus que a multidão estava com a idéia de pegá-lo à força para fazê-lo rei, voltou sozinho para o monte. " [João 6:15]


Jesus preferiu estar sozinho com o verdadeiro Deus a ficar junto à multidão de pessoas equivocadas.

A lógica não disse a ele para despedir a multidão. A sabedoria convencional não lhe disse para virar as costas ao exército desejoso. Não, não era uma voz de fora que Jesus ouviu, era uma voz interior.

A marca de ovelha era o que lhe tornava capaz de ouvir a voz do Pastor.

"O vigia abre a porta para ele e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. " [João 10:3]

A marca de um discípulo é a sua capacidade de ouvir a voz do Mestre.

"Escutem, eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comerá comigo. " [Apoc 3:20]

O mundo soca a mão na sua porta; Jesus apenas bate. As vozes gritam por sua adesão; Jesus mansamente pede. O mundo promete prazer rápido; Jesus promete um jantar tranqüilo... com Deus. "Entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comerá comigo".

Qual voz você escuta?

Deixe-me dizer algo importante. Não há um momento em que Jesus não esteja falando. Nenhum sequer. Não existe um lugar em que Jesus não esteja presente, nenhum sequer. Nunca haverá um quarto muito escuro... um saguão muito envolvente... um escritório muito sofisticado... que o terno Amigo, sempre marcando presença e que sempre nos acompanha, implacavelmente não esteja lá, batendo à porta dos nossos corações, com toda gentileza, esperando ser convidado a entrar.

Poucos ouvem essa voz. Um número ainda menor abre a porta.

Todavia, não interprete nossa insensibilidade como a ausência dele. Cercada de promessas evanescentes de prazer, está a promessa eterna de sua presença.


"E eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. " [Mateus 28:20]"Eu nunca o deixarei; eu jamais o abandonarei." [Heb 13:5]

Não há qualquer outro coro que soe tão alto a ponto de não permitir que a voz de Deus seja ouvida... se decidirmos ouvi-la. É o que acontece nesse hotel.

Demorei alguns minutos para encontrá-la, mas encontrei. Não estava tão visível como o folheto do saguão ou o aviso do filme. Mas estava lá. Não era tão ornamentada como a bíblia dos Mórmons ou tão atraente como a propaganda de acompanhantes. Mas eu desistiria de todas essas mentiras de uma vez por todas, para ficar com a paz que encontrei nesse tesouro.

Uma Bíblia. Uma simples Bíblia deixada ali pelos Gideões. Gastei alguns minutos para encontrá-la, mas finalmente encontrei. E quando a vi, abri em uma das minhas passagens favoritas:

"Não se admirem disso, porque está chegando a hora em que todos os mortos ouvirão a sua voz e sairão dos túmulos. Aqueles que fizeram o bem, vão ressuscitar para a vida eterna. Mas aqueles que fizeram o mal, vão ressuscitar para ser condenados. " [João 5:28-29]

Interessante. Um dia virá em que todos ouvirão a voz dele. Haverá um dia em que todas as outras vozes serão silenciadas, e somente a voz dele será ouvida.

Alguns escutarão sua voz desde o primeiro instante. Não é que ele nunca tenha se pronunciado, mas é que eles nunca a ouviram. Para esses, a voz de Deus será a voz de um estranho. Eles a ouvirão uma vez e nunca mais. Vão passar a eternidade fugindo das vozes que seguiram na terra.

Mas os outros serão chamados de seus túmulos por uma voz familiar, pois são ovelhas que conhecem seu pastor, são servos que abriram a porta quando Jesus bateu.

Nesse dia, a porta se abrirá novamente. Somente dessa vez. E não será Jesus que entrará em nossa casa; seremos nós que entraremos na casa dele.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

MULTIPLICAÇÃO


"E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões." (Mateus 14:19 ARA)
De vez em quando eu sou convidado para ministrar em alguma igreja, fora das congregações da minha igreja local. Geralmente são lugares pequenos, com poucas pessoas, que nos conhecem por algum relacionamento. Nem sempre posso aceitar, mas gosto de comparecer. Alguns, contudo, não valorizam este tipo de oportunidade e preferem os eventos e locais maiores.
A mim parece que Jesus tinha uma predisposição para fazer muito partindo de pouco, nos ensinando com isso que o princípio de valorizar o pouco para merecer o muito é de fato um princípio e não apenas uma recomendação. Se fosse pela lógica, ele teria muliplicado moedas e comprado toneladas de pães para este povo, algo que estamos acostumados a pensar nos nossos dias. Mas o povo não precisava de dinheiro, precisava comer.
Ao não desprezar cinco pães e dois peixes, Jesus nos ensina que, às vezes, precisamos focar no alvo que queremos. Queremos ter uma vida melhor ou queremos ganhar dinheiro? Queremos viver mais tempo ou queremos desfrutar mais de Sua presença? Queremos ganhar pessoas e cuidar bem delas ou só queremos pregar a Palavra? O que queremos define ou revela nossas intenções. Se for para dar de comer, algum pão resolverá. Se for apenas para fazer um milagre, teremos de catar moedas.
Quando vou ministrar em uma igreja pequena vejo ali, pela fé, uma multidão, não para mim mas para a liderança local. Exercito ver naquele lugar um grande grupo que dali alguns anos vai me convidar novamente e comentar como foi importante um dia em que Deus me usou enquanto eram poucos. Procuro ter olhos multiplicadores, pois isso não é coisa deste mundo assim como uma conta que, por mais que olhe para ela, só posso pagá-la com dinheiro.
Quem quer receber de Deus precisa aprender a olhar com fé e ver o que ainda não chegou como sendo real, principalmente se for bem pequeno. Era assim que Jesus fazia...
"Pai, obrigado por me permitir aprender com Teu Filho a respeito desse ensino, pois o meu homem natural pensa diferente. Ensina-me a ter fé para ver a multiplicação antes dela se concretizar." (Mario Fernandez - Fonte: Icthus)

 

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